As autoridades da comunidade autônoma de Madrid difundiram um comunicado nesta quarta-feira (26) no qual confirmou a concessão de licenças para que se organizem touradas com público na cidade no próximo fim de semana.
Embora seja uma atividade com cada vez menos adeptos, as touradas ainda são uma realidade na Espanha, sobretudo em algumas regiões específicas nas quais ela sobrevive graças ao interesse de turistas e grupos tradicionalistas.
No entanto, também existem no país as ONGs “tourada”, que prometem realizar protestos contra a realização dos eventos. programou uma 'tempestade de tweets' para protestar contra a iniciativa, o que gerou grande indignação.
A medida surge bem no momento em que a Espanha enfrenta a segunda onda da pandemia do novo coronavírus, com a quantidade de casos diários crescendo a cada dia, o que levou as autoridades de saúde regionais a emitir recomendações contraditórias em comparação com essa nova licença – o médico Fernando Simón, diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias, afirmou que o município terá que tomar “medidas drásticas” para conter a nova onda de contágios, incluindo a de “evitar reuniões desnecessárias”, o que não parece sintonizar com às autorizações ao retorno das touradas com público.
A região de Madri tem se mostrado a mais afetada por este novo surto, repetindo o que aconteceu entre março e abril. Só na última semana, a capital espanhola registrou 15 mil novas infecções, e 32 mortes.
A presidenta da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso (Partido Popular, direita conservadora), é uma das responsáveis por manter essa abordagem ambivalente sobre a situação epidêmica, ora dizendo para as pessoas ficarem em casa, ora justificando aqueles que saem, e dizendo que “cada um deve avaliar o risco para a sua saúde na hora de decidir se deve sair ou não”.