Uma mídia chinesa tem reagido com ironia às críticas contra a grande festa realizada nesta segunda-feira (17) na cidade de Wuhan, epicentro original da pandemia de covid-19.
A celebração reuniu centenas de milhares de pessoas e chamou a atenção não só pela aglomeração e pela multidão, mas principalmente pela ausência de medidas sanitárias, inclusive pelo fato de que a cidade adotou rigorosamente essas normas desde janeiro, quando se tornou o primeiro lugar a registrar quantidade massiva de casos e mortes pela nova doença – o que ajudou a que o surto fosse controlado, semanas depois.
Milhares de jovens participaram da festa, movida a música eletrônica, jogos eletrônicos e até um parque aquático. Meios internacionais como os jornais The Guardian (Reino Unido), El País (Espanha), Clarín (Argentina), New York Times (Estados Unidos), entre muitos outros, criticaram o que consideraram como “provocação” e “irresponsabilidade” por parte das autoridades chinesas.
No entanto, meios de imprensa da China preferiram catalogar essa reação da imprensa ocidental como um sinal de “inveja”. Foi a palavra utilizada, por exemplo, pelo diário chinês The Global Times, que também argumentou que “esses veículos vão criticar tudo o que acontece na cidade (de Wuhan) porque é uma cidade chinesa, e que já superou o coronavírus, enquanto ignoram muitas festas que acontecem em países como Estados Unidos e Espanha, por exemplo, que ainda sofrem com a pandemia”.
“Os ocidentais preferem acreditar em teorias da conspiração, completamente infundadas, do que admitir que a China está fazendo algo de bom, que superou a crise sanitária, e que, agora, seus cidadãos têm o direito de comemorar o retorno da normalidade”, comentou o artigo chinês.
A cidade de Wuhan foi o principal foco do surto de coronavírus no país asiático, e teve aproximadamente 68 mil casos de covid-19, com 4,5 mil mortes. A China como um todo teve cerca de 89,5 mil contagiados e 4,7 mil óbitos.