O forte lobby dos clubes da Bundesliga (liga de futebol da Alemanha) para que a nova temporada, prestes a começar, possa contar com a volta dos torcedores aos estádios ainda não teve sucesso.
Um comunicado difundido nesta quarta-feira (12) e apoiado pela maioria dos secretários estaduais de Saúde do país afirma que, devido à pandemia do coronavírus e a ameaça de uma segunda onda da doença no país, “não existem condições, atualmente, para a realização de qualquer evento esportivo com presença de público”.
Com isso, a definição sobre o tema fica adiada, até que os clubes possam apresentar uma proposta de segurança mais convincente.
O plano que acaba de ser rejeitado incluía uma série de normas de segurança para se permitir o retorno das torcidas, como o uso obrigatório de máscaras, melhores condições de higiene nos banheiros e operativos para evitar aglomerações na saída e na entrada dos torcedores.
Porém, a proposta também apresentou problemas evidentes, como a falta de consenso entre os clubes sobre um número máximo de torcedores por partida: clubes como o Borussia Dortmund e o Werder Bremen pediram um máximo de 15 mil espectadores, para que se pudesse manter uma distância entre eles, enquanto Bayern Munich e Hertha Berlin queriam 25 mil.
Além das autoridades regionais, a proposta também foi criticada pela presidenta da Associação Médica da Alemanha, Susanne Johna. “O perigo de uma contaminação massiva (caso as torcidas voltassem aos estádios) seria real, mesmo com restrições e medidas de segurança. Um único torcedor infectado seria suficiente para a propagação do vírus entre quase todos os demais que estão no estádio, sejam eles 2 mil ou 20 mil”.
Além disso, Johna também ironizou o fato de que a proposta dos clubes contemplava uma suposta “disciplina dos torcedores em manter o isolamento durante as partidas. “Quem conhece o mundo do futebol sabe que na hora não vai ser assim. Um torcedor não vai passar os 90 minutos quietinho. Na hora do gol, ele corre e se abraça com que está perto, nem lembra mais que existe coronavírus”, opina a médica alemã.