Depois de várias semanas de relativa calmaria com respeito à pandemia do novo coronavírus, vários países da Europa começam a observar um novo aumento significativo no número de casos, o que tem levado os governos a preparar a retomada das medidas restritivas, que foram importantes para a contenção da pandemia no primeiro semestre.
Em alguns países, a segunda onda da covid-19 (doença causada pelo novo vírus) já é uma realidade, como é o caso da Espanha. Só no último fim de semana, mais de 6 mil espanhóis foram contagiados com a doença, cifras que igualam as dos piores momentos dos meses de março e abril, quando a pandemia recém começava no país.
A região mais atingida é a da Catalunha, onde se registraram cerca de 500 novos casos nas últimas duas semanas. Em algumas cidades catalãs, o lockdown voltou a ser uma realidade, mas outras resistem para não os lucros pelo turismo do período de verão, como é o caso da capital regional, Barcelona.
“Estamos nos 10 dias mais importantes do verão e durante esse período veremos se somos capazes de resolver a situação por meio de solidariedade, cooperação e um esforço coletivo. Mas admito que a situação é crítica, e que, se não conseguirmos controlar o crescimento do número de casos, teremos que voltar ao passado”, disse Quim Torra, presidente regional da Catalunha.
Enquanto isso, na França, o ministro da Saúde da França, Olivier Véran pediu aos jovens que ficassem vigilantes e mantivessem medidas de segurança contra coronavírus, incluindo manter distância, lavar as mãos e usar máscaras.
“Voltamos a realizar testes em massa e estamos detectando muitos pacientes jovens, mais do que na primeira onda da pandemia”, afirmou Véran, no fim de semana, em entrevista para meios locais.
“Depois da volta à normalidade, este é o momento em que há mais movimento e concentração da população nas ruas, com algo entre 60 mil ou 80 mil pessoas. Isso pode levar a um aumento do número de internações hospitalares”, alertou o ministro.
Véran afirma que o governo de Emmanuel Macron vem debatendo diariamente sobre a necessidade de reativas as medidas de restrição que foram descartadas em maio. Muitas dessas medidas já estava agendadas para o fim do verão europeu e a chegada do outono no hemisfério norte, mas talvez tenham que ser adiantadas para conter este novo crescimento.
Na Bélgica, a primeira-ministra da Bélgica Sophie Wilmès também anunciou a retomada de algumas medidas restritivas, e que um segundo lockdown antes de setembro pode ser inevitável.
“Se não pudermos reduzir a propagação do coronavírus agora, será um fracasso coletivo”, comentou Wilmès, após uma reunião do conselho de segurança nacional do país.
Nos últimos 7 dias, o país registrou um aumento de 71% no número de casos, com 279 casos novos por dia, enquanto a média entre maio e junho não chegava nunca aos dois dígitos.