Durante este fim de semana, a Argentina superou a marca de 3 mil mortes por covid-19 desde o início da pandemia, mas duas delas tiveram mais destaque.
Foram os casos de Juan Domingo Salerno e Edeberto González de la Vega, dois militares que foram torturadores durante a ditadura militar no país (1976-1983) e se encontravam presos há mais de 10 anos, por sua participação em crimes de tortura, assassinato de opositores e ocultação de cadáveres, entre outras violações aos direitos humanos cometidas na época.
Na verdade, as mortes teriam acontecido em 22 de julho. Os dois presos já se encontravam isolados dos demais, após os terem sido diagnosticados em um exame de rotina, mas seus óbitos só foram registrados e informados pela imprensa três dias depois.
As duas mortes por covid, ocorridas em prisões dedicadas especialmente a presos da ditadura – além do contágio de outras 3 pessoas, que permanecem hospitalizadas – levou a uma chuva de pedidos na Justiça da Argentina, nesta segunda-feira (27), de advogados de condenados por crimes contra os direitos humanos, para que seus clientes possam receber o benefício da prisão domiciliar “ao menos enquanto dure a pandemia, por razões humanitárias”, alega um dos documentos apresentados, segundo o jornal argentino Página/12.
Segundo os advogados, todos os criminosos da ditadura que ainda estão presos são “todos pertencentes ao grupo de risco por questões de idade, e muitos também apresentam doenças crônicas como diabetes e hipertensão, além de outros tipos de agravantes”.
Por enquanto, a única medida tomada pelo governo argentino foi a de ordenar a desinfecção de todos os presídios do país.
Atualmente, a Argentina tem 162 mil pessoas contagiadas, das quais 73 mil já estão curadas. Também há pouco mais de 3 mil mortes.