Uma pesquisa realizada por uma coalizão de hospitais, a Coalizão Covid-19 Brasil, que investigou os efeitos da hidroxicloroquina em 665 pacientes hospitalizados em 55 unidades de saúde brasileira infectados pelo vírus Sars-CoV-2 apontou que o uso da droga não faz diferença no tratamento.
“Nosso primeiro estudo demonstrou que o uso de hidroxicloroquina sozinha ou associada com azitromicina não melhorou a evolução clínica de pacientes hospitalizados com quadros leves a moderados de Covid-19", declarou, à jornalista Mônica Bergamo, Otávio Berwanger, diretor da Academic Research Organization do Hospital Israelita Albert Einstein.
Além do Einstein, integram a Coalizão Covid-19 Brasil, HCor, Sírio-Libanês. Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
A pesquisa dividiu os pacientes em três grupos: o primeiro usou hidroxicloroquina, o segundo hidroxicloroquina e azitromicina e o terceiro nenhuma das duas, apenas teve suporte clínico.
No primeiro grupo, 64% voltaram para casa depois de 15 dias sem complicações, no segundo, foram 69%, enquanto no terceiro, 68%. Dessa maneira, concluiu-se que não houve diferença provocada pela droga. Nos três grupos, o índice de óbitos foi de 3%.
Além disso, entre os pacientes que usaram hidroxicloroquina, foram mais frequentes as alterações em eletrocardiograma e casos de lesão hepática.
Apesar de diversos estudos apontarem a falta de eficácia da substância, o presidente Jair Bolsoanro segue pregando que a cloroquina é a cura para a Covid-19.