Relatório do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) aponta que medicamentos usados para tratar e intubar pessoas em estado grave de covid-19, como sedativos e antibióticos, estão em falta no Brasil ou, pior ainda, com sobrepreço de até 287,44%, em pleno período da pandemia do novo coronavírus.
A análise do Conass foi feita em cerca de 1.500 estabelecimentos de saúde que estão nos planos de contingência dos estados. O relaxante rocurónio está em falta em 96% das unidades ouvidas pelo conselho. O sedativo midazolam, usado antes de procedimentos diagnósticos, também. Além da fentanila, medicação para a dor usada com outros remédios para a anestesia, o relaxante muscular rocurônio, e os medicamentos suxametônio, o pancurônio, cisatracúrio e atracúrio.
Para Jurandi Frutuoso, secretário executivo do Conass, a situação é preocupante, pois os medicamentos são indispensáveis para o tratamento de pacientes na fase aguda da doença.
"Eles são relaxantes e sedativos. Sem isso, o paciente fica numa situação de muito desconforto, é angustiante. Estamos dando um jeito de conseguir estes medicamentos, mas uma hora pode faltar. O Ministério da Saúde já assumiu o compromisso com os secretários de que vai ajudar", disse.
O presidente da comissão externa que analisa ações de combate à pandemia de Covid-19 na Câmara, deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), defendeu que as indústrias nacionais destinem 50% de sua produção para atender ao SUS, no preço da tabela da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
"Esta medida seria suficiente para zerar a demanda de todas as unidades do país", disse.
Com informações do UOL