O Ministério Público Federal em Roraima abriu procedimento nesta quinta-feira (2) para investigar a distribuição de cloroquina às comunidades indígenas e o acesso aos territórios sem a devida consulta prévia aos povos que vivem nas regiões.
Equipes do Ministério da Saúde, Ministério da Defesa e da Fundação Nacional do Índio (Funai) estão nas regiões da Terra Yanomami e da Raposa Serra do Sol desde a terça-feira (30) para realizar uma ação de saúde relacionada ao coronavírus.
A ideia do MPF é apurar se houve o desrespeito ao isolamento de comunidades que temem os ricos de infecção pelo coronavírus. O Ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, esteve na Terra Yanomami na quarta-feira (1º), acompanhado de uma comitiva.
"O objetivo é apurar a distribuição de cloroquina às comunidades indígenas, o ingresso nos territórios sem prévia consulta de seus povos - em desrespeito à decisão de isolamento de muitas de suas comunidades -, a violação das regras de distanciamento social, a presença expressiva de meios de comunicação em contato com os indígenas e a eficiência de operação com vultoso gasto de recursos públicos", disse o MPF, em nota
O Ministério Público do estado também expressou preocupação sobre a fala do ministro Azevedo, de que a pandemia está controlada na Terra Indígena Yanomami, e informou que "diante da aparente tentativa de minimizar a gravidade da pandemia que se alastra diariamente" aguarda um plano que monitore a região contra o vírus e ação de garimpeiros.
As operações atuais, de acordo com apuração inicial do MPF, não respeitaram as orientações pretendidas de serem executadas no plano emergencial, "como quarentena prévia das equipes e não aproximação das populações indígenas".
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares e fica entre os estados de Roraima e Amazonas. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região, alvo de garimpeiros que invadem a terra em busca da extração ilegal de ouro.
Com informações do G1