Um grupo de ex-procuradores denunciou o presidente Jair Bolsonaro ao Ministério Público Federal (MPF) por conduta ilícita no combate à pandemia de coronavírus. O caso está na assessoria criminal do gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras, "para análise" e ainda não foi distribuído ao MPF no Distrito Federal.
A denúncia é assinada por cinco ex-procuradores, incluindo o ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles, e é dividida em três áreas principais. Os autores destacam que Bolsonaro demitiu dois ministros da Saúde para "fazer prevalecer seus interesses pessoais".
O documento também argumenta que o presidente descumpriu orientações médicas nacionais e internacionais. Por fim, a denúncia detalha o que avalia como a desobediência de Bolsonaro a determinações para o controle da pandemia, como não usar máscara e provocar aglomerações ao participar de protestos.
Para os autores, Bolsonaro piora o combate à pandemia com o seu comportamento e tem causado "repulsa no Brasil e no exterior". Eles ainda consideram que o comportamento do presidente influencia seus apoiadores, prejudicando as ações de combate à covid-19.
O objetivo da representação é que o MPF abra um inquérito civil público, mas o caso está na assessoria criminal do gabinete do procurador-geral da República Augusto Aras "para análise". Em nota, a PGR afirmou que Aras não está com a representação e que o texto será analisado pelo vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros.