A empresa farmacêutica Gilead, fabricando do remdesivir, anunciou nesta terça-feira (30) que seu estoque do remédio estará praticamente esgotado pelos próximos três meses, após os Estados Unidos comprarem 500 mil doses esta semana.
A notícia, embora recente, já tem gerado reações negativas, especialmente na Europa, onde o medicamento foi aprovado há poucos dias para uso em casos graves de covid-19, e se esperava que isso levasse a uma grande procura por ele esta semana.
Especialistas se mostraram preocupados com a atitude estadunidense, que fará com que outros países não tenham acesso ao remédio ao menos até setembro.
“O governo Trump está a fazer todo o possível para salvar vidas americanas, e garantir o acesso a essas opções aos nossos cidadãos, em primeiro lugar”, afirmou Alex Azarm, secretário de Estado norte-americano para a Saúde.
O remdesivir é um antiviral criado para combater o vírus ebola, mas que fracassou nesse objetivo, já que se mostrou menos eficaz que outros produtos lançados durante o auge da epidemia na África, entre os anos de 2014 e 2015.
No entanto, ganhou uma nova chance durante a atual pandemia do novo coronavírus, ao mostrar que pode diminuir a letalidade da infecção covid-19, embora não seja eficaz em todos os casos: estudos mostram que as mortes diminuem de 15% a 9% entre pacientes em estado grave que usam o remdesivir.