Graças ao poderoso lobby das grandes empresas farmacêuticas, a União Europeia rejeitasse um projeto cujo objetivo era desenvolver vacinas de forma preventiva, que incluiria outros tipos de coronavírus, semelhantes ao que tem causado a atual pandemia de covid-19.
A denúncia foi feita pelas ONGs Global Health Advocates (algo como Advogados Globais pela Saúde) e Corporate Europe Observatory (Observatório Corporativo Europeu), e mostra como a Federação Europeia das Indústrias e Associações Farmacêuticas, ligada às maiores empresas do ramo no Velho Continente, conseguiu o aval para gerenciar todos os projetos relacionados a saúde preventiva na Europa, administrando um orçamento de cerca de 2,6 bilhões de euros, através de uma organização chamada IMI (Iniciativa para Medicamentos Inovadores).
Além da verba, A União europeia também deu ao IMI o poder de decidir quais projetos de saúde preventiva devem ser desenvolvidos, e quais devem ser rechaçados. Entre os projetos descartados está um do ano de 2017, que previa a investigação de vacinas de forma preventiva, para vírus que poderiam ser uma ameaça no futuro.
Entre esses vírus ameaçadores apontados no projeto estavam os causadores da SARS e do MERS, dois tipos de coronavírus que causaram epidemias na Ásia em 2003 e em 2012, respectivamente. O documento das ONGs destaca que, em vez disso, o IMI preferiu financiar projetos que, a longo prazo, eram mais lucrativos comercialmente. Além disso, a denúncia mostra que uma quantidade significativa da verba não teve nenhum destino.