Desde que assumiu o Ministério da Saúde, há 27 dias, Nelson Teich fechou apenas quatro contratos de compra de respiradores e equipamentos de proteção individual (EPIs) contra o coronavírus. Trata-se de um gasto 10 vezes inferior ao que foi feito na gestão de Luiz Henrique Mandetta.
Mandetta foi responsável por 91% do investimento feito até então contra o avanço da doença no país. Com isso, Teich é responsável por apenas 9% deste gasto total, apesar de estar há quase um mês comandando a pasta.
Apesar do ex-ministro ter ficado mais tempo no cargo do que Teich, há uma clara queda no ritmo de investimentos contra a doença.
De acordo com o UOL, das compras executadas pela pasta, a gestão de Mandetta fechou um total de 39 contratos para aquisição de testes, ventiladores, EPIs, UTIs, entre outros itens. Já a administração de Teich realizou aproximadamente um contrato por semana.
Por meio de nota enviada ao UOL, o Ministério da Saúde disse que a responsabilidade de compra de equipamentos é de estados e dos municípios, e que a pasta apenas "ajuda" na tarefa.
Antes de assumir como ministro, no entanto, Teich já criticava a compra massiva de respiradores, sob o argumento de que estes não teriam uso depois da pandemia.
Em um videoconferência com investidores da área da saúde no dia 7 de abril, no canal Oncologia Brasil, no YouTube, o novo ministro fala sobre o cenário de “incertezas” em relação ao coronavírus e alerta que se houver uma grande “estruturação” agora, isso pode resultar em um “investimento desnecessário” caso haja um tratamento para a cura da doença.
“Se você se prepara demais, se estrutura demais e amanhã sai um tratamento, você fez um investimento enorme desnecessário”, disse.