Internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave cresceram 20 vezes no RJ, diz relatório da Fiocruz

Estudo mostra que número de casos é alarmante em relação a anos anteriores e aponta sub-notificação para o coronavírus

Foto: Mariana Ramos / via Fotos Públicas
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Um relatório do InfoGripe, iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgada nesta semana, mostrou que o número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Rio de Janeiro em 2020 é quase 20 vezes maior do que em 2019. O estudo analisou as internações da 11ª semana até a 18ª semana de 2020, encerrada no último dia 2, e o número registrado foi de 8.557. No mesmo período, em 2019, foram 435 casos no estado. A SRAG é um quadro de grave dificuldade respiratória, que exige internação e pode ser causada por vírus como o coronavírus e o influenza. Especialistas destacam a diferença entre os números, mesmo diante do surto de H1N1 em 2019. No Brasil foram registrados 57.017 casos de internação por SRAG em 2020, com 8.024 notificações de óbito. O estudo aponta para a grave sub-notificação de casos da Covid-19 no Brasil, já que muitos dos casos de SARG não estão ainda dentre os números de infecção confirmada pelo coronavírus, mas o aumento de internações é visto como associado à pandemia. "A Covid-19 tem estreita relação com a síndrome respiratória aguda grave. Há um aumento grande de casos de pessoas que necessitam de hospitalização, diferentemente do ano passado", disse o infectologista Edimilson Migowiski ao G1. O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, destaca a pouca aplicação de testes para coronavírus no Brasil e ainda ressalta que há uma margem de erro dentre as pessoas testadas, o que é chamado de "falso negativo". "O teste não é 100%", diz. Gomes, porém, também ressalta que o relatório, feito semanalmente, mostra que as medidas de isolamento social tiveram impacto nos números. "Tivemos duas semanas de crescimento muito intenso em meados de março, depois tivemos uma clara desaceleração no final do mês e começo de abril. A redução do ritmo do crescimento pode ser associada à forte adesão que tivemos ao isolamento social desde o começo de março", afirmou. "A gente não pode relaxar, ainda não é o momento. O isolamento é hoje a principal ferramenta que nós temos", completou.