O estado do Rio de Janeiro já estuda critérios para escolher quais doentes terão direito a uma vaga em UTI e, consequentemente, a respiradores. Um protocolo técnico está em análise, com o objetivo de tirar o peso da escolha dos ombros dos médicos.
Serão analisadas as condições de seis órgãos e atribuídas notas ao seu funcionamento, de 0 (boa) a 24 (péssima). Quanto menor a nota, mais chances o doente terá de conseguir um leito.
Mais de mil pacientes com casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus aguardavam, nesta quinta-feira (30) uma vaga em UTI ou enfermaria no estado. Desse total, 361 estavam em estado grave.
Os médicos vão atribuir uma nota ao paciente de acordo com a existência, ou não, de doenças preexistentes. Quem tiver algum problema que pode ser fatal, independentemente da Covid-19, em até um ano, ganhará 4 pontos e ficará atrás na fila de quem não tiver mal algum (0 ponto) ou de quem tenha uma comorbidade que permita sobrevida maior do que um ano (2 pontos).
O documento também prevê critérios de desempate. O primeiro é se o paciente está em ventilação mecânica, já ligado a um respirador. O segundo é a idade do doente. Os mais jovens, com até 60 anos, ganharão uma vaga antes dos que têm entre 61 e 80 anos. Os acima dos 80 ficarão por último na disputa por leito.
De acordo com a proposta, profissionais que atuem diretamente no combate ao coronavírus terão prioridade, caso precisem de um leito de CTI, e passarão à frente de todos. Por último, o lugar será decidido pela ordem de solicitação da vaga.
Segundo o texto, o grupo de trabalho levou em consideração os “Princípios de Triagem em Situações de Catástrofes” da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a resolução do Conselho Federal de Medicina que estabelece os critérios de admissão e alta em unidades de terapia intensiva, além de um protocolo publicado no “Journal of the American Medical Association”.
Com informações do Extra