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CORONAVÍRUS
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A falta de testes de coronavírus e demora para a obtenção do resultado são classificadas como duas das principais dificuldades nas medidas para a contenção da pandemia de Covid-19 no Brasil. Apesar de estar investindo na distribuição de mais testes, o Ministério da Saúde não tem controle de quantos já foram realizados no país.
Essa realidade dificulta a elaboração de medidas adequadas para controlar a disseminação do vírus e lidar com os impactos da doença. Segundo a Folha de S. Paulo, o Ministério sabe apenas quantos testes foram distribuídos, mas não tem levantamento de quantos já foram aplicados.
Até agora, foram distribuídos 54 mil testes de biologia molecular (RT-PCR), produzidos pela Fiocruz. Esse tipo de teste tem resultado mais demorado, porém uma menor margem de erro. Também foram distribuídos 500 mil testes rápidos de triagem, que têm uma menor precisão, doados pela Vale. A mineradora anunciou que, no total, doará 5 milhões de testes.
O país também tem dificuldades no processamento dos testes. No dia 30 de março, a capacidade do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, era três vezes menor do que o número de testes recebidos por dia. Portanto, além dos casos não testados, há também aqueles que ainda não foram registrados, caracterizando o problema da sub-notificação. No estado, é meta é de conseguir processar 10.000 testes por dia até o meio de abril.
A realização de testes e registro dos casos é essencial para o controle da disseminação do coronavírus. Países como a Coreia do Sul, que investiram na realização em massa de testes, obtiveram sucesso em controlar a doença, levando outros governos, com o dos Estados Unidos, a investir na aplicação do maior número possível de testes.
No Brasil, o exame só é realizado em pessoas com quadro grave de sintomas da doença e profissionais de saúde. Na Coreia do Sul, a capacidade, em março era de testar 20 mil pessoas por dia. Já nos EUA, a meta é ter 5 milhões de testes disponíveis até meados de abril.