Teoria da Conspiração: Instituto em Wuhan rebate acusações de que teria “criado” o coronavírus

Laboratório possui o maior banco de vírus da Ásia e foi mencionado por Donald Trump e outros políticos de extrema-direita como possíveis “desenvolvedores” do SARS-CoV-2

Instituto de Virologia de Wuhan (foto: Xinhua)
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Após uma semana em que enfrentou diversas acusações, o vice-diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, Yuan Zhiming, resolveu responder aqueles que afirmam que seu laboratório teria criado o novo coronavírus.

Em entrevista ao canal local CGTN, Yuan afirmou que as suspeitas sobre o seu trabalho e do seu instituto “não passam de teoria da conspiração”.

“Como pessoas que realizam estudos virais, sabemos claramente que tipo de pesquisa está sendo realizada e como o instituto gerencia vírus e amostras. Não há como um vírus assim ter sido gerado pelo nosso trabalho, porque não é essa a nossa missão, e sim a de estudar os vírus já existentes”, comentou o cientista.

Especialista em biotecnologia e em microbiologia, Zhiming já realizou trabalhos na França, Dinamarca e Estados Unidos, além da China, e assegurou que “o trabalho do nosso instituto passa por uma regulação rigorosa, e segue um código de conduta bastante consistente”

O Instituto de Virologia de Wuhan, construído em 2015, possui o maior banco de vírus da Ásia, onde são preservadas mais de 1,5 mil variedades, armazenado em uma estrutura de segurança máxima, capaz de manipular patógenos de classe 4 (P4), incluindo vírus perigosos transmitidos entre pessoas, como o ebola.

Recentemente, o presidente estadunidense Donald Trump fez alusões a que o Instituto poderia ter criado acidentalmente o vírus. As declarações foram baseadas em reportagens do jornal Washington Post e o canal de televisão Fox News, que citaram fontes anônimas.

“Estamos ouvindo cada vez mais esta história (…) acho que isso requer uma investigação profunda”, comentou o presidente estadunidense.

Porém, Yuan Zhiming afirmou que o Instituto não possuía nenhum exemplar do novo coronavírus até o dia 30 de dezembro, quando receberam amostras do mesmo retiradas de pacientes locais.