Produtores do cinturão verde de São Paulo estimam perda de até 80% das vendas devido à pandemia

Com fechamento de bares e restaurantes dos grandes centros, os cerca de 7 mil hortifruticultores da região reclamam que precisam destruir produtos “porque não temos nem dinheiro para o transporte, para fazer doação”, segundo um produtor

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Uma reportagem da Folha de São Paulo deste domingo (19) mostra mais um terrível panorama gerado pela pandemia do coronavírus, que é o da perda dos produtos dos cerca de 7 mil hortifruticultores do chamado “cinturão verde” da região metropolitana de São Paulo.

Responsáveis por 25% do abastecimento de verduras em todo o país e 40% da capital paulista, esses produtores passaram a ter suas vendas bastante afetadas devido ao fechamento dos bares e restaurantes dos grandes centros urbanos.

Segundo a reportagem, os produtores da região estimam que, desde meados de março, chegaram a perder até 80% das vendas.

“Eu vendia 10 mil maços de almeirão, alface, agrião e rúcula em uma semana e na outra passei a vender 500. Com essa queda foi inevitável fazer o descarte dos alimentos. Cerca de 70% da produção foi jogada fora”, conta o produtor Fábio Sussumu Hagio, de Mogi das Cruzes, que calcula um prejuízo de cerca de 50 mil reais.

Diante dessa situação, muitos dizem que se vêm forçados a destruir alimentos “que poderiam ser destinadas para doação toda semana, mas não temos como arcar com os custos para fazer com que esses alimentos cheguem até quem precisa”, reclama Simone Silotti, outra produtora de Mogi das Cruzes, que afirma ter perdido 40 mil reais com a queda das vendas.