Com a confirmação de mais dois casos de coronavírus em comunidades da cidade do Rio de Janeiro, um no Vidigal, na Zona Sul, e outro em Parada de Lucas, na Zona Oeste, já são quatro favelas cariocas que tiveram pacientes de covid-19 comprovados.
São dois casos em Manguinhos e mais um em cada: Cidade de Deus, Vidigal e Parada de Lucas.
A secretária de saúde do Rio, Beatriz Bush, pediu aos moradores das comunidades da Zona Sul, através de rede social, convencer os idosos a irem para os quartos de hotéis alugados pelo município:
“Queria pedir a você que vai estar em casa ou telefonar para seus avós e tios avós nas comunidades, vamos hospeda-los em nossos hotéis. Temos mil vagas e só queremos isolar eles dos ambientes que tem muitas pessoas”, disse.
Outros quatro bairros do Rio tiveram seus primeiros casos confirmados: Curicica, Lins de Vasconcelos, Pavuna e Vila Vaqueire. Ao todo, 62 bairros possuem pacientes registrados com covid-19.
A Barra da Tijuca é o bairro com o maior número, mas a Zona Sul concentra 48% dos casos. Dos dez bairros com mais casos, apenas a Barra e a Tijuca não são da Zona Sul.
Sem saneamento e adensamento populacional excessivo
Há um grande temor por parte de médicos e especialistas com a chegada do vírus às favelas e comunidades carentes, sem saneamento básico e com adensamento populacional.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31,1 milhões de brasileiros (16% da população) não têm acesso à água fornecida por meio da rede geral de abastecimento; 74,2 milhões (37% da população) vivem em áreas sem coleta de esgoto e outros 5,8 milhões não têm banheiro em casa.
A pesquisa diz ainda que 11,6 milhões de brasileiros (5,6% da população) vivem em imóveis com mais de 3 moradores por dormitório, o que é considerado adensamento excessivo.
Outra pesquisa, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) de 2018, também do IBGE, mostra que o país tem 13,5 milhões de pessoas na pobreza extrema (vivendo com até R$ 145 por mês).
Com informações do Extra