Cremesp obriga funcionários a atenderem público sem equipamentos de segurança, dizem relatos

Os trabalhadores relatam que estão expostos diante do surto do novo coronavírus, mas não recebem atenção do órgão

Reprodução/Google Street View
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O Cremesp - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo – não respeita as recomendações das autoridades sanitárias para que funcionários possam cumprir isolamento social. Todos os colaboradores de delegacias regionais e da sede da instituição estão atendendo público, no entanto não foram distribuídas máscaras e luvas aos colaboradores.

A entidade recebe diariamente centenas de pessoas entre elas médicos que estão diretamente em contato com doentes infectados pelo Coronavírus. Além de não liberarem os funcionários, passaram três comunicados distintos com orientações desencontradas sobre como funcionará o Cremesp neste período de epidemia.

Os funcionários estão apreensivos e com medo do possível contato com o vírus. Há relatos de pessoas que foram ao Cremesp, para solicitar serviços, que estão em quarentena ou que trabalham diretamente com doentes contaminados pelo Coronavírus.

Uma funcionária que trabalha no em uma das unidades postou no Facebook que atendeu um advogado que disse estar em quarentena. O profissional estava sem luvas, máscara e ao sair orientou a atendente para que limpasse tudo com álcool porque ele está na quarentena.

Em outra regional, uma médica chegou para dar entrada em serviço de isenção de rodízio (que já está suspenso pela prefeitura) dizendo que está trabalhando na linha de frente de hospitais que recebem infectados. “Ela colocou a bolsa em cima da mesa de atendimento e disse para limparmos tudo com álcool após ela sair”, informa uma funcionária do local.

Renúncia

Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente do órgão, Mario Jorge Tsuchiya, renunciou ao posto nesta sexta-feira em razão do posicionamento de alguns diretores diante de irregularidades que teria acontecido no Cremesp.

"Sua renúncia à presidência do Cremesp é de ordem moral por não compactuar com o posicionamento de alguns diretores face a indícios de irregularidades levados ao seu conhecimento", disse em nota que nega relação com a atuação diante do novo coronavírus.

Em nota publicada nesta sexta-feira, a entidade diz o seguinte: "Atual diretoria do Cremesp atua em plena consonância, apurando medidas referentes ao covid-19, funcionários e demais intercorrências. A presidente do Cremesp, Irene Abramovich, e a atual diretoria, mantém-se unidos e atuando incessantemente no gabinete de crise alusivo às medidas preventivas sobre o coronavírus (covid-19). O Conselho destaca seu firme compromisso de promoção das boas práticas médicas e à disposição de todos os médicos do Estado de São Paulo".

A Fórum tentou contato telefônico com o Cremesp para saber se o órgão tem algo a acrescentar sobre o caso, mas as ligações não foram atendidas. Foi também enviado um e-mail para a entidade, mas até o momento não obtivemos resposta.

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