Reportagem do The Intercept Brasil publicada nesta terça-feira (17) traz uma grave denúncia: a rede de lojas Riachuelo, do empresário bolsonarista Flávio Rocha, está mantendo funcionários trabalhando em um escritório mesmo com um caso de coronavírus confirmado na empresa.
Segundo a matéria, assinada pela repórter Tatiana Dias, uma comitiva de 10 funcionários da rede foi enviada à Europa em fevereiro, mesmo diante de reclamações de que estariam expostos ao vírus. No retorno ao Brasil, uma das pessoas que estava na viagem seguiu o protocolo e passou por triagem, mesmo sem apresentar sintomas. Dias depois, no entanto, os sintomas começaram a aparecer e ela foi diagnosticada com a doença.
"A empresa foi irresponsável em mandar os funcionários para a Europa, mesmo sob protestos. Foi negligente ao não solicitar que os viajantes fizessem quarentena antes de retornar à empresa. E, agora, estão sendo inconsequentes em promover o agrupamento de pessoas que podem ser vetor do novo coronavírus", disse ao The Intercept uma funcionária que preferiu não se identificar.
A princípio, segundo conta a reportagem, funcionários do mesmo departamento que a pessoa infectada teriam sido afastados, mas obrigados a voltar ao trabalho depois sem o tempo recomendado de quarentena.
"A empresa decidiu, depois, transferir aos gerentes de cada área a decisão sobre fazer home office ou não. E alguns começaram a exigir que os funcionários começassem a voltar para o escritório – mesmo sem os resultados dos exames e sem cumprir o período recomendado de isolamento, que é de 14 dias", diz o texto.
Em nota enviada ao The Intercept, a Riachuelo informou que seguiu as práticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde de afastar os colaboradores. A jornalista, no entanto, chama atenção para o fato de que a empresa não especificou o período de isolamento adotado - que, pela apuração feita, não foi o suficiente.
Confira a íntegra da reportagem aqui.