A jornalista Flávia Oliveira, comentarista de Economia do Grupo Globo, usou as redes sociais nesta segunda-feira (16) para questionar o plano anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que prevê R$ 147 bilhões para a contenção da crise, mas também coloca a privatização da Eletrobras como uma "reforma" necessária.
"Esse ministro é um extremista do liberalismo. É religiosa a devoção. Misericórdia!", critica Oliveira.
Confira a thread publicada por Flavia Oliveira:
Reformas estruturantes, Paulo Guedes?
Esse ministro é um extremista do liberalismo. É religiosa a devoção. Misericórdia!
É a primeira vez que ouço redesconto e tranquilidade na mesma frase.
Paulo Guedes anunciou três frentes de atuação do governo. A primeira: reformas estruturantes, que jogou no colo do Congresso. São elas: Pacto Federativo (descentralização de recursos a estados e municípios), Plano Mansueto (socorro aos estados) e privatização da Eletrobrás.
A privatização da Eletrobrás está incluída no Orçamento 2020. São R$ 16 bilhões que serão contingenciados, segundo o ministro da Economia.
Na semana passada, foram liberados R$ 135 bilhões em recolhimento compulsório para aliviar o sistema financeiro. Paulo Guedes anunciou que pode chegar a R$ 600 bilhões.
A segunda etapa: proteção aos vulneráveis. Anunciou na semana passada antecipação para abril da primeira parcela do 13° de aposentados e pensionistas. Hoje anunciou a segunda metade em maio. É para auxiliar os idosos, grupo de risco do coronavírus.
Pagamento em junho do abono salarial. Esse é salário mínimo anual a que tem direito os empregados que ganham até dois mínimos por mês e trabalharam formalmente em 2019. Haverá liberação de recursos não sacador do PIS e do Pasep, inclusive para herdeiros.
De volta ao resumo das medidas econômicas anunciadas por Paulo Guedes. No eixo do que chamou de manutenção dos empregos, haverá possibilidade de adiamento por três meses do recolhimento de FGTS pelas empresas e do Simples Nacional para pequenos e médios.
Também por três meses, a contribuição sobre a folha de pagamentos das empresas ao Sistema S será reduzida à metade.
A terceira etapa, segundo o ministro, diz respeito à Saúde, propriamente. Haverá redução de IPI e imposto de importação sobre mais de 60 produtos médico-hospitalares para combate ao coronavírus.
Algo como R$ 4,5 bilhões a R$ 5 bilhões do DPVAT vão para o sistema de saúde. Lembro que, em novembro passado, o presidente de República assinou MP extinguindo o seguro obrigatório a partir de 2020. O STF suspendeu a MP antes do recesso de fim de ano.