O Reino Unido, por intermédio da Agência de Regulamentação de Medicamentos e de Produtos Sanitários (MHRA), aprovou, nesta quarta-feira (30), o uso emergencial da vacina contra a Covid-19, produzida pela Universidade de Oxford e pela empresa farmacêutica AstraZeneca.
O país é o primeiro a conceder a aprovação deste imunizante e a projeção é que as doses comecem a ser aplicadas na próxima segunda-feira (4), em grupos de risco, que serão prioritários.
Esta é a segunda vacina aprovada no Reino Unido; a primeira foi a da Pfizer, que já começou a ser utilizada.
O imunizante tem uma dose inicial, seguida de uma de reforço, aplicado algumas semanas depois. A medida é fundamental, pois, durante os testes, os pesquisadores observaram que as pessoas que receberam uma dose menor da vacina na primeira aplicação ficaram mais protegidas do que as que receberam uma dose maior na primeira vez em que foram testadas.
Os cientistas desconhecem as razões dessa reação. Porém, disseram que ficaria sob responsabilidade dos órgãos de regulação decidir qual primeira dose seria aplicada.
O governo britânico assegura que “todos receberão a segunda dose dentro de 12 semanas após a primeira”.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, comemorou a informação, no Twitter, como “uma notícia verdadeiramente fantástica – e um triunfo para a ciência britânica”.
A aprovação da vacina de Oxford é considerada essencial, porque pode ser mantida em temperaturas de refrigeração, entre 2ºC e 8ºC. O imunizante da Pfizer, no entanto, precisa ser armazenada a -70ºC, o que representa um problema de logística para muitos países, incluindo o Brasil.
Reportagem do Brazil Wire, de língua inglesa, divulgou documento e afirmou que governo britânico agiu junto ao então candidato Jair Bolsonaro para beneficiar empresas do Reino Unido, entre elas a AstraZeneca, que desenvolve a vacina “preferida” do atual presidente brasileiro.
Erro
No final de novembro, a AstraZeneca divulgou que sua vacina, em parceria com a Oxford, tinha uma taxa de eficácia que variava entre 62% e 90%.
Alguns dias depois, a análise mais minuciosa dos dados apresentados apontou uma série de dúvidas e erros relacionados ao estudo de fase 3.
O protocolo inicial era que todos os participantes ganhassem duas doses iguais da vacina. No entanto, uma parcela acabou tomando apenas metade da primeira dose, seguida de uma dose inteira alguns dias depois.
Para surpresa dos cientistas, essa variação ofereceu proteção maior (calculada em 90%), enquanto o protocolo inicial, de doses iguais, atingiu taxa de eficácia de 62%.
O problema é que o novo esquema não estava previsto e executivos da AstraZeneca admitiram, depois, que isso ocorreu porque houve um erro cometido por uma empresa contratada para conduzir parte do estudo clínico.
Com informações do G1