A Europa tem sido abalada por uma forte segunda onda de contágio do novo coronavírus. Após a promoção de uma ampla reabertura, França, Itália, Portugal, Alemanha, Espanha e Reino Unido têm anunciado diversas medidas de restrição que têm como objetivo conter uma nova explosão da Covid-19.
"Não perdemos o controle, mas na França a situação é muito preocupante", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, durante pronunciamento feito na televisão nesta quarta-feira, quando anunciou o toque de recolher noturno.
A medida vai abranger nove cidades, incluindo a capital Paris, e terá início no sábado (17). O período de vigência é de um mês. Pela determinação do governo, entre as 21h e as 6h fica proibido sair de casa, com risco de multa. O governo, no entanto, descartou um novo lock-down.
"Estamos numa situação preocupante, mas que não justifica que fiquemos inativos ou em pânico. Aprendemos com a primeira onda. Tivemos 30 mil vítimas, desde então 2 mil vítimas adicionais. E, de fato, esse vírus está voltando. Estamos naquilo que muitas vezes se chamou de segunda onda e ela atinge a toda a Europa", disse ainda.
Europa
Na última semana, a Europa foi a região do mundo com maior avanço da pandemia, o que tem deixado os países em alerta. Nesta quarta, Portugal decretou Estado de Calamidade Pública no país e a Itália registrou o maior número de casos diários de Covid-19 desde o início do alastramento do Sars-Cov-2 - 7.322.
O recorde anterior era de 6.557, registrados em 21 de março. O índice de óbitos segue abaixo dos 50, mas é o maior desde 20 junho. Foram 43 óbitos em 24h. A possibilidade de um novo lock-down tem sido discutida.
Quem também anunciou novas medidas nesta quarta foi a Alemanha. O funcionamento de bares e restaurantes foi limitado até as 23h e festas privadas poderão ter no máximo 10 participantes.
Afogados
O biólogo e divulgador científico Atila Iamarino comentou sobre a situação dos países europeus. "Anunciando não, tão se afogando na segunda onda. Portugal acaba de decretar estado de calamidade. E por mais que alguns queiram acreditar, enfrentar piores condições de vida e de saúde não fazem do brasileiro mais resistente", escreveu no Twitter.
Sobre a situação do Brasil, o pesquisador apontou que a segunda onda não será tão visível porque a primeira ainda não teria terminado. "Nossa onda não vai ser tão clara porque ela empilha em cima da que já estamos. Nossa linha de base hoje são 500 mortes dia, mais mortes por milhão do que a Espanha durante a “segunda onda”. Já estamos pior do que a Espanha em emergência em números absolutos ou proporcionais", tuitou.
Com informações da Ansa Brasil e do DW