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O cabelo é o ponto de encontro das mulheres negras que possuem fios crespos. Em muitos eventos e debates, a nossa relação com nosso cabelo natural é contada por meio de relatos emocionados sobre situações difíceis ou, felizmente, por exemplos de empoderamento. É exatamente a ideia do empoderamento, da tomada de controle sobre si e sobre o próprio corpo, que rege a campanha "Deixa o Cabelo da Menina no Mundo", que vem sendo compartilhada pelas redes com a hashtag #deixaocabelodameninanomundo.
[caption id="attachment_899" align="alignleft" width="300"]
Imagem: Mahal Pita e Nando Cordeiro[/caption]
A campanha, que reúne ilustrações belíssimas, começou depois que a designer Diane Lima fez uma fala no TEDXSãoPaulo. Em seu discurso, ela contou sobre sua trajetória profissional e de vida, também falando do seu trabalho no portal "NoBrasil", onde é Diretora Criativa. "Na verdade, eu nunca havia contado minha história publicamente e aquilo de fato causou uma revolução em mim. Me dei conta que eu havia, em 1 ano de NoBrasil, inspirado as pessoas através da histórias de tantas outras, mas nunca havia falado da minha própria, o que causou acho que para todo mundo uma surpresa!", relata. "Imagine você uma mulher negra, do interior da Bahia, que traz como descendência uma bisavó que hoje tem 102 anos -, mas é analfabeta falando dessas coisas?".
Diane explica que contou como sempre foi empoderada dentro de casa por sua mãe, que repetia essa frase para as outras pessoas quando ela pedia para deixar o cabelo solto e elas queriam prender: "se a menina quer deixar o cabelo solto, deixa o cabelo da menina no mundo." "E ali, ainda no MASP, percebi que essa história poderia inspirar outras mães e crianças e que seria incrível lançarmos uma campanha junto com toda essa rede de criativos que conectamos para falar sobre o assunto."
Antes mesmo que Diane e sua equipe pudessem colocar a ideia em prática, diversas pessoas já compartilhavam pelas redes sociais o trecho marcante de sua fala. Por isso, foi fácil mobilizar pessoas, convocar ilustradores e montar a campanha #deixaocabelodameninanomundo.
[caption id="attachment_900" align="alignright" width="300"]
Imagem: Marina Marques[/caption]
Com cerca de uma semana desde o início da campanha, o resultado não poderia ser mais positivo: a ação está sendo levada para uma perspectiva educativa, para que possa ser replicada nas escolas e pelas mães dentro de casa. "Nessa semana, recebemos quase 300 criações, entres desenhos e fotos, além de muitas mensagens de mães e professoras enfatizando a necessidade de pensarmos essa relação como ferramenta de empoderamento", comemora Diane. "Tivemos o apoio no compartilhamento nas redes sociais de órgãos federais, instituições, 'famosos' e páginas que tratam sobre autoestima e educação afrobrasileira, o que chega para a gente, diante do que podemos rastrear, em um número de mais de 1000 compartilhamentos".
Para Diane Lima, o #deixaocabelodameninanomundo é uma ação que exalta a possibilidade de se pensar um ativismo estético e visual, que traz a criatividade como ferramenta de transformação: "Um movimento que é feito por quem sente na pele e carrega na memória do corpo uma história de opressão, mas que entende o que significa ter uma única criança empoderada dentro de casa. Uma campanha que exalta a capacidade de imaginar e sonhar com dias melhores".
Veja mais ilustrações na página do NoBrasil ou com a hashtag nas redes.
Imagem de capa: Tamires Lima
Imagem: Mahal Pita e Nando Cordeiro[/caption]
A campanha, que reúne ilustrações belíssimas, começou depois que a designer Diane Lima fez uma fala no TEDXSãoPaulo. Em seu discurso, ela contou sobre sua trajetória profissional e de vida, também falando do seu trabalho no portal "NoBrasil", onde é Diretora Criativa. "Na verdade, eu nunca havia contado minha história publicamente e aquilo de fato causou uma revolução em mim. Me dei conta que eu havia, em 1 ano de NoBrasil, inspirado as pessoas através da histórias de tantas outras, mas nunca havia falado da minha própria, o que causou acho que para todo mundo uma surpresa!", relata. "Imagine você uma mulher negra, do interior da Bahia, que traz como descendência uma bisavó que hoje tem 102 anos -, mas é analfabeta falando dessas coisas?".
Diane explica que contou como sempre foi empoderada dentro de casa por sua mãe, que repetia essa frase para as outras pessoas quando ela pedia para deixar o cabelo solto e elas queriam prender: "se a menina quer deixar o cabelo solto, deixa o cabelo da menina no mundo." "E ali, ainda no MASP, percebi que essa história poderia inspirar outras mães e crianças e que seria incrível lançarmos uma campanha junto com toda essa rede de criativos que conectamos para falar sobre o assunto."
Antes mesmo que Diane e sua equipe pudessem colocar a ideia em prática, diversas pessoas já compartilhavam pelas redes sociais o trecho marcante de sua fala. Por isso, foi fácil mobilizar pessoas, convocar ilustradores e montar a campanha #deixaocabelodameninanomundo.
[caption id="attachment_900" align="alignright" width="300"]
Imagem: Marina Marques[/caption]
Com cerca de uma semana desde o início da campanha, o resultado não poderia ser mais positivo: a ação está sendo levada para uma perspectiva educativa, para que possa ser replicada nas escolas e pelas mães dentro de casa. "Nessa semana, recebemos quase 300 criações, entres desenhos e fotos, além de muitas mensagens de mães e professoras enfatizando a necessidade de pensarmos essa relação como ferramenta de empoderamento", comemora Diane. "Tivemos o apoio no compartilhamento nas redes sociais de órgãos federais, instituições, 'famosos' e páginas que tratam sobre autoestima e educação afrobrasileira, o que chega para a gente, diante do que podemos rastrear, em um número de mais de 1000 compartilhamentos".
Para Diane Lima, o #deixaocabelodameninanomundo é uma ação que exalta a possibilidade de se pensar um ativismo estético e visual, que traz a criatividade como ferramenta de transformação: "Um movimento que é feito por quem sente na pele e carrega na memória do corpo uma história de opressão, mas que entende o que significa ter uma única criança empoderada dentro de casa. Uma campanha que exalta a capacidade de imaginar e sonhar com dias melhores".
Veja mais ilustrações na página do NoBrasil ou com a hashtag nas redes.
Imagem de capa: Tamires Lima