Escrito en
COLUNISTAS
el
[caption id="attachment_628" align="alignleft" width="300"] Não é a primeira propaganda machista da Vono, que merece muitos escrachos. Imagem: Reprodução / Facebook[/caption]
Após o caso da Skol, que recebeu duras críticas feministas nas redes sociais por sua nova propaganda, agora foi a vez da marca Vono chafurdar no machismo: na página oficial da marca no Facebook, foi publicada uma imagem com tom humorístico, mas extremamente ofensiva: a propaganda, alegando que as mulheres não sabem o que querem, não é a primeira publicação da Vono a reduzir mulheres a papeis estereotípicos.
Empresas como a Skol e a Vono parecem não perceber que o machismo na publicidade não passa batido como costumava em outros tempos não tão antigos. Houve um tempo em que as marcas podiam utilizar mulheres como objetos de deboche, reduzindo-lhes a característica humana e retratando-as como meras coisas a serviço dos homens sem qualquer problema. Por conta do Feminismo e com a ajuda da internet, hoje as mulheres possuem meios de questionar os publicitários e apontar o imenso equívoco que cometem ao hostilizar mulheres - que, inclusive, são também consumidoras.
Aliás, falar na linguagem do capitalismo às vezes é a melhor alternativa que as mulheres possuem para que sejam ouvidas. Afinal, mulheres também bebem cerveja, compram sopa em pó, consomem e pagam por produtos e serviços. Em muitos casos, as mulheres ainda são responsáveis pela feira da semana ou do mês e são elas que se deslocam até supermercados para escolher o que vão colocar na mesa. Parece lógico, mas no mundo da publicidade, só quem recebe o devido respeito é o público masculino, em detrimento das mulheres, que são constantemente hostilizadas e agredidas em propagandas misóginas.
Felizmente, as mulheres não se calam diante dessa misoginia. Mesmo enfrentando o deboche de muitos, que querem manter as coisas como estão, nós desenvolvemos métodos de protestar coletivamente e dar suporte às reivindicações umas das outras. Ainda aguardarmos ver propagandas que respeitem as mulheres, que levem em consideração seu poder de compra e de escolha, sem que nos reduzam a clichês e estereótipos ofensivos do que é ser mulher.
O pessoal responsável pela publicidade tem que compreender, com urgência, um fato muito simples: somos diversas, não somos donas de casa como nos anos 40, usando aventais e vestidinhos rodados, aguardando o marido chegar em casa para servi-lo. Não somos todas heterossexuais e nem buscamos as mesmas coisas. Em nossa diversidade, a certeza é de que não aceitaremos mais desaforos machistas.
Pode ser difícil para certos publicitários absorver todas essas evidências de conquistas feministas. Mas nós, mulheres, podemos dizer em voz alta: acostumem-se, porque isso não é nem o começo. Aprendam a lidar com uma sociedade sem machismo e a enxergar mulheres como seres humanos, ou falhem miseravelmente destruindo, gradativamente, a reputação de suas marcas. Foto de capa: Reprodução / Facebook
Empresas como a Skol e a Vono parecem não perceber que o machismo na publicidade não passa batido como costumava em outros tempos não tão antigos. Houve um tempo em que as marcas podiam utilizar mulheres como objetos de deboche, reduzindo-lhes a característica humana e retratando-as como meras coisas a serviço dos homens sem qualquer problema. Por conta do Feminismo e com a ajuda da internet, hoje as mulheres possuem meios de questionar os publicitários e apontar o imenso equívoco que cometem ao hostilizar mulheres - que, inclusive, são também consumidoras.
Aliás, falar na linguagem do capitalismo às vezes é a melhor alternativa que as mulheres possuem para que sejam ouvidas. Afinal, mulheres também bebem cerveja, compram sopa em pó, consomem e pagam por produtos e serviços. Em muitos casos, as mulheres ainda são responsáveis pela feira da semana ou do mês e são elas que se deslocam até supermercados para escolher o que vão colocar na mesa. Parece lógico, mas no mundo da publicidade, só quem recebe o devido respeito é o público masculino, em detrimento das mulheres, que são constantemente hostilizadas e agredidas em propagandas misóginas.
Felizmente, as mulheres não se calam diante dessa misoginia. Mesmo enfrentando o deboche de muitos, que querem manter as coisas como estão, nós desenvolvemos métodos de protestar coletivamente e dar suporte às reivindicações umas das outras. Ainda aguardarmos ver propagandas que respeitem as mulheres, que levem em consideração seu poder de compra e de escolha, sem que nos reduzam a clichês e estereótipos ofensivos do que é ser mulher.
O pessoal responsável pela publicidade tem que compreender, com urgência, um fato muito simples: somos diversas, não somos donas de casa como nos anos 40, usando aventais e vestidinhos rodados, aguardando o marido chegar em casa para servi-lo. Não somos todas heterossexuais e nem buscamos as mesmas coisas. Em nossa diversidade, a certeza é de que não aceitaremos mais desaforos machistas.
Pode ser difícil para certos publicitários absorver todas essas evidências de conquistas feministas. Mas nós, mulheres, podemos dizer em voz alta: acostumem-se, porque isso não é nem o começo. Aprendam a lidar com uma sociedade sem machismo e a enxergar mulheres como seres humanos, ou falhem miseravelmente destruindo, gradativamente, a reputação de suas marcas. Foto de capa: Reprodução / Facebook