Corrupção ativa e passiva de Carla Zambelli e Sergio Moro expõem os bastidores do governo Bolsonaro

A conversa de Moro com Carla Zambelli deixa evidente que o ex-juiz estava sim negociando o cargo no STF com Bolsonaro

Montagem
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É importante destacar os crimes de corrupção ativa e tráfico de influência de Carla Zambelli, ao oferecer a intermediação, junto ao presidente da República, para obtenção do cargo de ministro do STF para Moro, crime que ela voluntariamente exibiu à CNN.

A resposta de Moro deixa evidente que ele e Bolsonaro estavam sim tratando da questão relativa ao desejado cargo no Supremo. Tanto que Moro responde à deputada, quando ela lhe oferece a vaga: "Já falei com ele [Bolsonaro] hoje". Ora, naturalmente falaram dentro do contexto da proposta relativa ao STF.

E Moro, raposa esperta, ainda diz em seguida que não teria essa conversa por escrito. Por escrito! Mas, verbalmente, está claro que a conversa houve. Ainda manifesta sua má-fé e dolo. Vejam o diálogo:

18h45 - Carla Zambelli:
A gente conversa e ele lhe garante a vaga no STF este ano.
18h45 - Moro: Já falei com ele hoje.

19h32 Moro: Carla NÃO VOU TRATAR ESSAS QUESTÕES POR ESCRITO. O PR já tem todas as informações.

Aqui temos um conjunto probatório e indiciário muito mais consistente do que o que Moro usou para condenar Lula.

A prática de Moro configura corrupção passiva, nos termos do art. 317 CP: "solicitar ou receber, para si ou para outros, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem." Moro solicitou vantagem indevida, como chantagem para continuar no governo. Há quem sustente que já o tenha feito desde quando era juiz do processo contra Lula, quando aceitou o convite para ser ministro do governo que ajudou a eleger.

Não há nada que eu deseje mais do que ver esse bandido com cara de santo do pau oco condenado por corrupção. Vamos esperar as peças se mexerem no tabuleiro.