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Com a contusão de Neymar, a Seleção brasileira terá que se ser remontada por Felipão. As alternativas passam pela utilização de três volantes e pela simples substituição de Neymar por Willian.
Em primeiro lugar, o Brasil deve se fortalecer, como equipe, com a saída de Neymar. Seu individualismo e seu brilho muitas vezes ofuscava e intimidava outros jogadores. Não duvido que tenha sido pelo mesmo motivo que Felipão abriu mão de uma estrela mais experiente como Kaká ou Robinho (esse menos, estava jogando mal). Talvez um deles pudesse intimidar Neymar, assim como ocorria quando ele atua ao lado de Ronaldinho Gaúcho, de quem é fã, e acontece hoje quando ele joga com Messi no Barcelona. O fato é que não se sabe se a equipe fortalecida dará mais resultado ou se era melhor um coletivo mais fraco, mas com Neymar brilhando.
Vamos às alternativas.
O Brasil começou a Copa no 4-2-3-1, com Luiz Gustavo atuando como “falso” terceiro zagueiro. Esta estratégia ajuda a prevenir contra-ataques, reforça a defesa e libera a atuação dos laterais. Paulinho era o segundo volante, carregando a bola e aparecendo na área adversária. A linha de três no meio tinha um Oscar mais recuado pela direita, Hulk pela esquerda (informação: ele gosta de jogar pela direita) e Neymar pelo centro, flutuando atrás de Fred, o centroavante.
O que pode mudar? Com três volantes, o Brasil opta por uma estratégica arriscada tecnicamente. Meio-de-campo marcador nunca foi a melhor opção para enfrentar time que toca a bola e é superior tecnicamente. O Barcelona esmagou adversários que jogaram assim. A melhor opção é um meio campo técnico (não é possível, pelas peças disponíveis) ou linhas de marcação bem juntas com jogadores para o contra-ataque.
Luiz Gustavo, Fernandinho e Paulinho não agregam técnica ao meio campo. É, essencialmente, um meio campo marcador. Os laterais, entretanto, terão mais liberdade para subir ao ataque, já que terão o apoio dos volantes na marcação. Outra vantagem é que, com mais volantes, Felipão congestiona o meio campo e, com isso, pode anular o setor em que a Alemanha é superior aos adversários.
Com Hernanes, o time ganha um meia técnico, armador e capaz de atacar o ponto mais vulnerável da Alemanha: contra-ataque e viradas de bola. A Alemanha joga bem agrupada (para facilitar as trocas de passes. Não é à toa que Kroos é o melhor passador da Copa, já que faz passes de poucos metros) e sua defesa joga muito adiantada. Pior, a defesa é pesada e lenta.
Jogo para Bernard
Com uma defesa pesada e lenta, a melhor opção é um jogador rápido, que apareça nas costas do adversário. Esse é o jogo para o Bernard. “Ah, o Bernard está mal nos treinamentos”. Não importa. Não desaprendeu a correr e sua correria poderia assustar e incomodar os alemães. A opção mais falada, como alternativa que mantenha o 4-2-3-1, é Willian. Nesse caso, Willian atuaria pela direita e Oscar pelo centro.
Com Willian ou Bernard, a melhor maneira de se vencer a Alemanha é explorando as costas dos zagueiros, com lançamentos longos, e os lados onde a bola não está sendo disputada, com inversões de bola. Por isso, a ausência de Thiago Silva e seus lançamentos será muito sentida. Pelo mesmo motivo, e também pela inversão de jogo, a presença de Hernanes seria importante.