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Alemanha 7 x 1 Brasil. A melhor seleção da Copa venceu. Simples assim. E merece ser campeã. Se vai ser, são outros quinhentos, não dá pra saber porque futebol tem nuances. É o melhor futebol e ponto. O interessante (talvez não para nós brasileiros, é claro) é que essa Copa surpreendeu até nisso. A Costa Rica. A seleção da casa sofre uma goleada histórica.
A seleção brasileira foi totalmente envolvida pelo meio campo alemão, superior tecnicamente. Aliás, por todo o time alemão. A verdade é que o Brasil tinha somente duas saídas contra a Alemanha: a bola longa e as inversões de lado. É bom ressaltar, entretanto, que a Alemanha nem essa chance deu ao Brasil. Ao contrário do que vinha fazendo, espalhou os jogadores no campo e, o principal, deram a bola ao Brasil.
Apostei que o Bernard seria o ponto de desquilíbrio do Brasil no confronto, a velocidade, o elemento surpresa. Não foi. Como dissemos acima, a Alemanha não partiu pra cima do Brasil, como era esperado. Pressionou a saída de bola e roubou a bola no meio campo, totalmente despovoado de jogadores brasileiros. A maneira como a Alemanha envolveu o Brasil foi tão extraordinária que parecia um time amador jogando contra um time profissional.
Esse, aliás, é um defeito antigo da seleção brasileira. Em nenhum momento durante a Copa, o Brasil disputou o meio campo com as demais seleções. Foram ligações diretas e bola no Neymar. Sem poder usar as ligações diretas (porque a Alemanha não permitiu) e sem contar com Neymar, a seleção brasileira ruiu.
Detalhes que levaram à derrota
A goleada foi uma consequência dos vários já elencados e também de alguns detalhes.
a)Os quatro gols em cinco minutos é um sinal claro de descontrole emocional e falta de um líder dentro de campo para pisar na bola e acalmar o time. Não é normal. Ainda assim, a seleção perderia, que fique claro.
b)Dante entrou completamente perdido em campo. Não bastasse isso, não era o jogador adequado para esse tipo de jogo. É um bom zagueiro, mas não para um meio campo e um ataque que toca a bola e envolve o adversário. É bom na bola aérea, mas é lento.
c)Marcelo foi o jogador que mais buscou jogar. Entretanto, não teve alguém que o cobrisse. Ficou um buraco, ou uma avenida, por ali.
d)O Brasil não teve um ou mais jogadores decisivos. Um apenas não bastaria, mas nenhum, como foi hoje, colaborou decisivamente para o fato, por exemplo, de o Brasil pouco ter ameaçado o gol alemão. Fred, Oscar, Hulk e Bernard nada fizeram.
e)A desorganização tática e a ausência de qualquer tipo de estratégia específica para enfrentar o adversário pesou demais. O 4-2-3-1 é o esquema da moda desde 2010 e Felipão simplesmente o adotou, sem adaptações, acriticamente. Esquema não ganha jogo. A estratégias que se formam em torno da disposição dos jogadores em campo sim.
Por enquanto, é isso. Voltamos ao assunto em outro momento.