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Afirmação é da professora da UFRJ, Ivana Bentes, durante a segunda mesa de debates do Conexões Globais 2014
Por Redação
[caption id="attachment_42" align="alignleft" width="300"] Momento do debate “Jornadas de junho e o futuro da democracia no Brasil”(Reprodução)[/caption]
Na segunda mesa de debates desta sexta-feira (24), o Conexões Globais propôs o diálogo sobre as “Jornadas de junho e o futuro da democracia no Brasil” e um dos pontos comuns entre todos os debatedores foi a necessidade de se discutir o modelo de polícia vigente no Brasil. Para a professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ, Ivana Bentes, “se a única contribuição da jornada fosse resolver o problema da polícia, já seria um enorme avanço.”
Participaram do encontro o governador do Rio Grande Sul, Tarso Genro; o secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo, Simão Pedro; o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; Pablo Capilé, do Fora do Eixo, além de Ivana Bentes.
A profundidade dos significados sobre as manifestações que tomaram as ruas do país ainda geram interpretações diversas. Representante do governo federal, Gilberto Carvalho reconheceu que ainda não compreendeu o processo que se desencadeou em junho. “Passamos muito tempo para tentar entender o que aconteceu nas ruas, e ainda estamos tentando entender”, disse. Para Ivana, ficou patente que houve uma nova relação com a mídia. “A disputa de narrativa com a mídia tradicional aconteceu, disputou-se o sentido da narração com esses grandes veículos, deu-se visibilidade aos Amarildos”, afirmou a professora.
Pablo Capilé pediu que se interrompa o processo de criminalização dos movimentos e foi acompanhado do secretário Simão Pedro. “Quando decidimos fazer uma intervenção série e humana, quase que a PM colocou tudo a perder. O rolezinho nos shoppings veio com uma repressão policial desnecessária”, afirmou o petista, citando mais uma vez a polícia militar de forma negativa.
Ivana trouxe o debate para este ano, conjecturando sobre as possibilidades de novas manifestações e falando sobre o que considera uma histeria do mercado, do governo, dos conservadores e de parte da esquerda em torno do "Não vai ter Copa". "A questão é entender que o 'Não vai ter Copa' significa : Temos que recontextualizar e rediscutir esse termo. Óbvio que vai ter Copa, temos que lutar para que não tenha a Copa das remoções, a Copa das injustiças”, disse.
Ao seu lado, Gilberto Carvalho rechaçou a possibilidade de o governo federal estar se preparando para reprimir as manifestações com uso de força policial. “Estamos com a disposição de fazer desta Copa a Copa do povo e não a Copa da Fifa.”