Hoje conversei com o ex-ministro da Saúde e deputado federal, Alexandre Padilha (PT-SP), que passou suas percepções sobre a situação atual do país, principalmente no que diz respeito ao combate ao coronavírus.
Sobre o novo ministro da Justiça Sérgio, Nelson Teich ele declarou:
“No momento em que o Brasil mais precisa do SUS, Bolsonaro escolhe um alienígena no Sistema Único de Saúde. Espero que a conversão ao SUS, do novo ministro, seja mais rápida do que foi a do Mandetta. Que, chegada à pandemia, passou a vestir o colete do SUS. O Brasil não pode perder mais nenhum dia”.
Segundo ele, a mudança ministerial durante uma pandemia tem dois motivos:
Primeiro, Bolsonaro espera que o novo ministro seja omisso e conivente com os descalabros patrocinados pelo presidente e seus incentivos contra o isolamento social.
Em segundo plano, o deputado afirma que tudo também faz parte do plano de negociação com ocentrão e que ministério entrou no “prato de negociações” para tentar ter alguma sustentação no Congresso Nacional.
Na avaliação do deputado, às negociatas são uma jogada desesperada para tentar impedir um eventual processo de impeachment.
Ele ainda vai mais além e diz: “o Ministério da Saúde, no meio de uma profunda crise sanitária, que a história recente já viu, entrará como o prato na negociação de Bolsonaro, que busca uma base no parlamento. Para que o “fora Bolsonaro” que cresce na sociedade não se concretize”.
O deputado e ex-ministro da saúde se mostrou indignado com a possibilidade de o governo estar lotando o ministério, na situação que se encontra o país.
Ontem, eu já havia comentado que parlamentares e militares trabalham ativamente para costurar uma aliança e rachar o grupo de deputados conhecido como centrão.
Tudo isso em um momento onde o Ministério da Saúde primeiro diz que eram quase 400 mortes por covid-19 em 24h no Brasil, depois voltou, e disse que o número de mortos nas últimas 24 horas eram um pouco mais de 100.
Porém, a cidade de Manaus sozinha está registrando mais de 100 sepultamentos por dia.
Sim, o ministério conseguiu errar um dado tão importante quanto este e, mesmo assim, ainda está distante da realidade.
* Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum