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COLUNISTAS
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Quando Lula, em meio a uma das maiores expressões de resistência popular, em SBC, resolveu ouvir a voz dos advogados e se entregar à prisão, eu protestei.
Fui duramente criticada e até ofendida, pessoalmente.
Tudo bem.
Isto faz parte do jogo político, da catarse emocional, do turbilhão da conjuntura.
Seguiram-se apelos à ONU em nome do bom comportamento do prisioneiro e da crença nas instituições.
Por semanas, parte da militância acreditou no litígio internacional.
Enquanto isto, guerreiros e guerreiras dos movimentos sociais mantinham a vigília, custeando sua própria vida, em torno do Guantánamo paranaense.
Eu queria estar errada.
Eu queria que a tese do advocacy de esquerda tivesse êxito.
Mas, isto não ocorreu.
As instituições funcionaram como costumam funcionar.
Não é o apelo bem redigido pelo advogado que muda este turno.
(Me desculpe o idealismo de meus colegas do direito acadêmico).
Mas são a conjuntura e a luta de classes que alteram a normalidade - algumas vezes - da Justiça de classe.
Pois bem, enquanto muitos esperavam a indicação de Lula ao Prêmio Nobel, nova condenação judiciária ocorreu.
Enquanto mirarmos nos ritos jurídicos, vamos colher apenas os seus esperados frutos.
É hora - mais que hora - de mudar o olhar e fazer novas semeaduras em outros terrenos.
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