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[caption id="attachment_166150" align="alignnone" width="700"] Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil[/caption]
“Uma parte da burguesia deseja remediar os males sociais para assegurar a existência da sociedade burguesa”, dizem Marx e Engels.
Em seguida os fundadores da Liga dos Comunistas explicam quem faz parte dessa categoria: “economistas, filantropos, humanitários, melhoradores da situação das classes trabalhadoras, organizadores da caridade, protetores dos animais, fundadores de ligas anti-alcoólicas, reformadores ocasionais dos mais variados”.
É esse tipo de socialismo que a direita pretende combater em toda a América. Nos EUA eles vêm crescendo a ponto de Trump anunciar em discurso recente:
“Aqui nos EUA, temos estado sob alarme perante os pedidos de que se adote o socialismo no nosso país. A América foi fundada sob os valores da liberdade e independência, e não da coerção, do domínio e do controle do governo. Nascemos livres e vamos continuar livres. Esta noite, renovamos a determinação de que a América nunca vai ser um país socialista”.
Há um medo da expansão desse socialismo burguês que vem crescendo no Congresso norte-americano, principalmente na figura de Alexandria Cortez.
Para impedir esse avanço, os EUA decidiram atacar toda a América Latina e ainda diminuir os impostos dos grandes empresários, sendo que os trabalhadores estadunidenses estão sem aumento por anos.
Existem setores das elites que preferem esse socialismo burguês, como é o caso dos magnatas do Vale do Silício e de Hollywood, que buscam investir em publicidade e financiar movimentos ligados a liberdades individuais, além de financiarem projetos sociais.
A população dos centros urbanos dos EUA está cada vez mais aderindo ao discurso “socialista democrata” que, devido a pressões, pode levar ao governo conservador de Trump a ceder a algumas políticas sociais.
As duas maneiras são formas de preservar a sociedade burguesa. Por isso, Marx e Engels chamavam o socialismo burguês também de socialismo conservador. A questão é que o modelo Trump, de direita, leva a uma maior resistência, como cedo ou tarde ocorrerá aqui no Brasil.
O caso do Brasil é interessante. Esse socialismo burguês privilegiou muitos setores da burguesia, mas, por outro lado, ampliou o acesso à educação e ao consumo. Logo será alimento para a nostalgia. Será que as reformas criminais de Moro não estão prevendo um cenário de sedição popular? Quando a retórica conservadora de Bolsonaro se desgastar, o povo irá para a rua, lutar pelos direitos perdidos, pondo em voga uma economia moral violada. Nesse momento, a rigidez legal, que hoje está sendo aprovada, será posta em prática para o que ela realmente foi criada: proteger o Estado e a burguesia do povo.
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