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[caption id="attachment_165042" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/Facebook[/caption]
No dia 22, uma operação da Polícia Federal desbaratou um grupo de policiais e ex-policiais que controlavam uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro. Foram detidos o major Ronald Paulo Alves Pereira, o ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega e o subtenente reformado Maurício Silva da Costa. São 13 mandados de prisão expedidos, nem todos ainda cumpridos.
A mídia hegemônica, Globo à frente, destacou os vínculos dos milicianos presos com o ex-deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República. Os vínculos vão desde homenagens propostas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro pelo então parlamentar estadual a alguns membros destas milícias, até a contratação da mãe e esposa de um deles, Adriano Nóbrega, como assessoras no seu gabinete. A indicação foi feita pelo famoso Fabrício Queiroz, o tal dos depósitos milionários.
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A quadrilha de milicianos atuava, principalmente, na grilagem de terras no Rio de Janeiro. Mas a operação da Polícia Federal e do Ministério Público também apontou indícios de envolvimento de alguns destes milicianos com o assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, em 14 de março do ano passado.
São apenas indícios. Mas que mostram a lógica do racismo estrutural no discurso daqueles que tentaram justificar o assassinato de Marielle pelo seu envolvimento com “bandidos” (entre eles, uma juíza do Rio de Janeiro). O senador eleito Flávio Bolsonaro chegou a defender a ação de apoiadores seus de destruírem as placas de homenagem à vereadora assassinada.
Como já afirmei aqui na Fórum, as interpretações da mídia hegemônica quanto ao assassinato de Marielle Franco se centravam em falhas na segurança pública ou na intervenção militar. Se os indícios se confirmarem, o que se vê é o envolvimento das próprias instituições de segurança neste caso e, pior, chega próximo ao círculo da presidência da República. Como o crime contra Marielle Franco teve repercussão internacional, este caso tende a amplificar ainda mais a crise do governo.
Porém, reafirmo: o problema do assassinato de negras e negros não é de falhas na estrutura de segurança pública. É produto da lógica e da ideologia destas instituições. E que o governo atual é a expressão disso.
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