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- Bolsonaro está em Davos. Vai participar do Fórum Econômico Mundial que ocorre desde 1971, sempre em janeiro, na cidade suíça. Um dos temas mais debatidos no evento será a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), sistematicamente atacada pelo governo Trump no último período, por não conseguir frear a China. Manifestações e protestos também sempre marcam o entorno do encontro. Neste ano os alvos são Bolsonaro e Netanyahu, primeiro-ministro israelense. Ambos figuram em cartazes com os dizeres: “Não são bem-vindos”.
- O vice-presidente, General Mourão - que hoje está como presidente interino - criticou o chanceler Ernesto Araújo em entrevista à revista Época. Nas suas palavras: “Terá Ernesto condições de tocar e dizer o que é a política externa do Brasil?” e ainda: “Vai todo mundo virar israelense desde criancinha? Vai todo mundo virar fã dos americanos de qualquer jeito? A diplomacia são métodos e objetivos, não um fim. É preciso inserir conceitos claros, não interferir em assuntos de outros países. E ainda não está claro”.
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- O embaixador aposentado e historiador Rubens Ricúpero foi um dos vários embaixadores experientes que criticaram a nota do Itamaraty sobre a Venezuela emitida na semana passada, após reunião com supostos líderes da oposição venezuelana. A nota teria sido redigida pelo próprio chanceler Ernesto Araújo. Nas palavras de Ricúpero, representa uma mudança de “mais de 200 anos de tradição de comedimento, senso de medidas e de proporção”, além de ser “desmoralizante para o próprio Itamaraty”. Ainda para Ricúpero: “Assim como na relação entre indivíduos, na relação entre nações você respeita aqueles que sabem exprimir o pensamento dentro de certos limites”. Na nota citada, o Itamaraty se refere ao governo de Maduro como praticante de “narcotráfico, tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e terrorismo”. Lembre-se que o Brasil, até então, só definia como terroristas grupos assim classificados pelas Nações Unidas. Desde que Araújo assumiu, o termo já foi usado para classificar Battisti e Maduro.
- Nos EUA, ocorreu no final de semana a 3ª Marcha Anual das Mulheres. O movimento teve atos em centenas de cidades e de oposição a Trump é o que garante a unidade entre os distintos movimentos de mulheres que compõem a marcha. A parlamentar democrata Alexandria Ocasio-Cortez participou em Nova Iorque e foi uma das estrelas da marcha este ano. Em seu discurso ela disse: “Não vamos permanecer em silêncio quando se trata dos direitos das mulheres pobres, trabalhadoras, de classe média, de todas as mulheres dos EUA e do mundo”.
- Os coletes amarelos foram às ruas da França pelo 10º final de semana consecutivo neste sábado (19). A estimativa é de um número de 84 mil manifestantes, bastante próximo do quantitativo da semana passada. Igualmente cerca de 80 mil policiais estavam nas ruas. Os protestos ocorrem à revelia de uma iniciativa tomada por Macron desde 15 de janeiro de realizar debates presenciais e pela internet, através das prefeituras municipais, e que servirão de uma espécie de canal de democracia participativa, para acolher as demandas da população. Nos protestos, os coletes amarelos pedem a renúncia de Macron.
- O governo da Colômbia está atribuindo ao Exército de Libertação Nacional (ELN) a explosão de um carro ocorrida na semana passada em uma escola de oficiais da polícia de Bogotá. O governo colombiano estava em negociação de um acordo de paz com a ELN desde 2017, ainda sobre a presidência de Juan Manuel Santos. Um acordo com as FARC foi alcançado em 2016. Com Ivan Duque na presidência o processo estagnou e agora está oficialmente encerrado. Um dia antes do atentado, Duque disse em entrevista à DW: “Durante 17 meses de conversa, houve mais de 400 atos de terrorismo e mais de 115 pessoas foram mortas. Isso mostra que não há vontade pela paz”. Assim como ocorreu no processo de negociação com as FARC, Cuba tem abrigado as mesas de diálogo. Após o atentado, Duque enviou pedido ao presidente Díaz-Canel para que Cuba prenda e entregue às autoridades colombianas os membros da ELN que participam dos diálogos e estão na ilha. A postura do uribista Duque é torpe e totalmente distinta da de Santos que conseguiu, pela primeira vez em meio século, um cessar-fogo e a abertura dos diálogos com a ELN, além de ter alcançado um acordo com as FARC, que hoje atuam como partido político.
- Macri quer tirar casquinha da popularidade de Bolsonaro. As últimas eleições do Brasil ficaram marcadas pelo surgimento de eleitos que surfaram na onda da popularidade de Bolsonaro. Foram eleitos governadores e parlamentares totalmente outsiders pela simples associação com a “marca Bolsonaro”. Macri quer fazer o mesmo na tentativa de se reeleger na Argentina. Bolsonaro deve atender convite do presidente argentino e ir a Buenos Aires em abril, quando estará no início o processo eleitoral que culminará em outubro. Vejamos o quanto esta associação poderá ser boa para Macri ou para seus opositores. Lembre-se que na Argentina a associação entre militares e política não é bem vista pela população.
- Por falar em Argentina, uma matéria do “Tiempo Argentino” do fim de semana traz a informação de que desde 2015, 2.871 empresas foram encerradas no país. A matéria traz dados ainda sobre o aumento do desemprego e forte primarização da economia argentina, com encerramento de unidades fabris sem horizonte de reversão do quadro.
- Reportagem do UOL traz uma entrevista com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC), o Sr. Charles Andrew Tang (os chineses costumam adaptar seus nomes quando residentes no Ocidente), um empresário chinês que mora no Brasil. Nas palavras dele: “Os brasileiros que são patriotas deveriam dar uma medalha para a China. Desde 2016, quando começou a pior crise na história do Brasil, chineses investiram cerca de 20 bilhões de dólares ao ano. Os brasileiros estão com milhares de grandes obras de infraestrutura paradas e apodrecendo pela metade, e quem está se dispondo a assumir e terminar são empresários chineses” e completa: “Se aqui começar a ficar muito hostil, os empresários chineses vão levar o dinheiro deles para outro lugar, paciência”. Sobre a polêmica em torno da delegação de futuros parlamentares eleitos pelo PSL à China, Tang ironizou: “Achava que o Brasil era uma democracia e um país livre, onde as pessoas podem viajar para qualquer lugar”. Das melhores frases da entrevista (muito interessante): “A China não manda soldados para os países, manda empresários”.
- O desfecho da guerra da Síria está se transformando em uma guerra ao Irã. EUA e Israel estão fazendo uma enorme pressão e ataques contra posições do Irã na Síria. Na noite de domingo (20), uma série de bombardeios foram desencadeados sobre posições iranianas nos arredores de Damasco. A tensão na região das Colinas de Golã também tem atingido níveis mais elevados. O bombardeio de domingo foi inclusive anunciado pelo twitter pelas Forças de Defesa de Israel: “Começamos a atingir alvos iranianos da Quds em território sírio. Advertimos as forças armadas sírias contra qualquer tentativa de atingir forças ou território israelitas”.
- A primeira-ministra britânica, Theresa May, deve apresentar hoje um “plano B” para o Brexit. Um dos eurocépticos do partido conservador, o parlamentar Jacob Rees-Mogg, disse em entrevista de rádio, amplamente divulgada: “Penso que se formos fazer uma lista dos cenários mais prováveis, temos em primeiro lugar uma saída sem acordo, depois temos uma revisão do acordo, em seguida um adiamento do processo, e por último, muito lá no fundo, permanência”.
- Pelo menos, 114 pessoas migrantes estão desaparecidas na costa da Líbia. Os migrantes seguiam em um bote precário para a costa europeia. Há mulheres grávidas e crianças entre os desaparecidos, vindos da Nigéria, Camarões, Gambia, Costa do Marfim e Sudão.
- Trump conseguiu levar seu governo a 30 dias de paralisação parcial, completos hoje.
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