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Aconteceu na última sexta-feira (1) a 1ª Marcha do Orgulho Trans, na cidade de São Paulo. O ato, que já pode ser considerado um marco no ativismo LGBT, teve vários momentos densos e emocionantes mas, aqui, destaco o discurso de Erica Malunguinho, fundadora e gestora do centro cultural Aparelha Luzia, que não deixou pedra sobre pedra.
Destaco essa parte:
(...) somos nós os que fomos invisibilizades... mas enquanto todo mundo achava que a gente estava apagada, a gente estava vendo essa estrutura se montar, a gente estava vendo e observando enquanto a normatividade circulava e a gente se escondia, a gente observava vocês, a gente via o que cada um estava por fazer, estávamos vendo o homem branco, cis-gênero, patriarcal resolvendo tudo, apontando as suas armas físicas e simbólicas contra os nossos corpos, nós vimos tudo, nós vimos essa estrutura doente se construir sob nossas cabeças e é por isso que, apenas nós poderemos desconstruir essa estrutura doente, apenas nós porque vimos tudo de perto, nós vimos tudo se construir sob nossas cabeças e é disso que estamos falando: a branquitude é o patriarcado, branquitude não é o indivíduo, branquitude é um sistema, um sistema que produz indivíduo e o indivíduo que reproduz o sistema. A branquitude é isso: o indivíduo que produz o sistema, é o sistema que produz o indivíduo. Essa mesma branquitude do patriarcado que nos deixou na mão, por todos os seus anos e séculos de poder, de ideologias diversas... nos deixou na mão. Sabe o que temos como resultado do poder do patriarcado? É golpe!
A seguir, confira o discurso a íntegra: