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[caption id="attachment_134420" align="alignnone" width="567"] Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/caption]
Colocar a atividade política a serviço do Bem Comum pressupõe um conjunto de propostas que precisam ser transformadas em leis. Não será fácil, isso porque a maioria delas, se não a totalidade, batem de frente com os interesses do status quo da Política, em alguns casos com potencial para implodir o mecanismo de perpetuação no Poder. Exatamente por isso tais propostas sofrem e sofrerão resistência do Sistema Político dominante. A saída é a combinação entre ação parlamentar e educação e mobilização social. Há que ter um ‘pé dentro e um pé fora’ do parlamento, apresentando propostas que façam aflorar as contradições do Sistema, tendo nisso, um sentido pedagógico a alimentar processos de consciência, organização e ação cidadã. Um Mandato Cidadanista, portanto, tem que atuar em sentido oposto à acomodação e ao modus operandi do Sistema Político. Não agindo assim, um Mandato Cidadanista não faz sentido, reduzindo-se ao habitual conformismo parlamentar, ora denunciando desmandos, ora buscando pequenas reformas, sem, contudo, atingir o Sistema em seu cerne.
Não é tarefa fácil, pois não basta vontade para mudar, há que ter capacidade, experiência e coragem. E um profundo compromisso ético com outros mundos, formas de vida e mediação social. O Modo Bom de Governar, do Zapatismo, praticado nas montanhas de Chiapas, no sul do México, aponta relevantes princípios para uma Gestão Compartilhada e Participativa em torno de um Mandato Cidadanista pautado nos princípios do Bem Viver:
- Obedecer e não mandar (ou: Mandar Obedecendo);
- Representar e não suplantar;
- Ir às bases e não às cúpulas (ou: Baixar e não Subir);
- Servir e não servir-se;
- Convencer e não vencer;
- Construir e não destruir;
- Propor e não impor.