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Escrevo movido pela entrevista concedida ontem, ao programa Roda Viva (TV Cultura), pelo pré-candidato à presidência da República do PDT, Ciro Gomes, sem qualquer pretensão técnica ou mesmo analítica – movido pelo coração, faço questão de frisar.
Antes que qualquer detrator pretenda desqualificar minha manifestação pelo simples fato de que a mesma é, como previamente avisei, movida pelo coração, lembro que, para falar logo do líder das pesquisas já divulgadas, a pré-campanha que varre o Brasil em prol de Lula (preso e sem chance de ser solto a curto prazo) é, também, movida pelo coração dos milhões de brasileiros que têm em Lula a única esperança e o único nome capaz de recolocar o Brasil nos trilhos. Dito isso, vamos em frente.
Acho, primeiramente, que Ciro Gomes não foi confrontado durante a entrevista como foi Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL. Talvez, estou conjecturando, porque a conhecida faceta de pavio curto do pré-candidato do PDT tenha feito com que as perguntas fossem, digamos, mais comedidas. Mas isso é de pouca importância.
Importante mesmo foi ter ouvido o que Ciro Gomes disse sobre os rentistas, sobre a taxação das grandes fortunas, sobre a tributação sobre lucros, dividendos (com citação explícita das famílias controladoras do Banco Itaú), sobre o aumento do imposto sobre as heranças, o que me soou como música – e como uma música que eu não ouvia tocar desde a morte de Leonel de Moura Brizola.
Com o encantamento de Brizola (Brizola não morreu!), é sabido, morreu muito do PDT. Brizola, personalista ao extremo, dono de um carisma que não vi igual (nem Lula, comparação previsível, e o próprio Lula reconhece, no filme Brizola em tempos de luta, que nunca viu nada parecido com o carisma de Brizola), não deixou um vazio no PDT (seria pouco dizer isso). Brizola era tão maior que o partido que somente hoje, quase 15 anos depois de sua viagem ao encontro de seus companheiros de luta como Darci Ribeiro e Oscar Niemeyer, o PDT torna a lançar um candidato com chances de vencer as eleições. Sim, eu acredito que Ciro Gomes tenha chances de vencer as eleições. E com as mesmas bandeiras (a da educação à frente!) que Leonel Brizola tremulou enquanto viveu.
Pelas reações dos amigos durante e depois do Roda Viva, principalmente dos amigos brizolistas, digo sem medo do erro que Ciro Gomes fez correr mais rápido o sangue daqueles que vibravam com as posturas, com as ideias e com as ações de Brizola. Algo que estava entorpecido reacendeu.
Meu voto no primeiro turno, que sempre declaro, é de Manuela d´Ávila, do PCdoB. Mas meus olhos, meus ouvidos e meu incorrigível coração republicano estão mais atentos que nunca à trajetória de Ciro Gomes neste tenebroso 2018.
Até.