Nos últimos anos, práticas de risco chamadas de desafios se espalharam entre crianças e adolescentes, na maior parte das vezes impulsionados por redes sociais. O mais recente caso envolve o chamado “desafio do apagão”, responsável pela morte de Sebastian (o sobrenome da vítima não foi revelado), um menino de apenas 12 anos no Reino Unido.
Sebastian foi encontrado em Castleford, na Inglaterra, após tentar o desafio que consiste em sufocar-se até perder a consciência, numa busca perigosa por adrenalina e popularidade on-line. Sua morte não é um episódio isolado: já é o quinto caso similar registrado em solo britânico em poucos anos.
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Antes do menino, outros quatro adolescentes britânicos — Isaac Kenevan, Archie Battersbee, Julian Sweeney e Maia Walsh — também morreram tentando o mesmo “desafio”. O padrão mostra que esse tipo de prática continua atraindo vítimas muito jovens.
Nesses casos do Reino Unido, uma entidade que luta pela responsabilização das plataformas de internet em casos do gênero, o Centro de Advocacia para Vítimas de Mídias Sociais, disse que a rede que mais vem direcionando esse tipo de conteúdo nocivo é o TikTok.
“O algoritmo do TikTok direcionou propositalmente conteúdo perigoso a essas crianças para aumentar seu tempo de interação na plataforma e gerar receita. Foi uma decisão comercial clara e deliberada do TikTok que custou a vida dessas quatro crianças”, disse um advogado da entidade.
Por sua vez, a direção do TikTok informou que desde 2020 tem realizado um bloqueio em todas as hashtags que direcionam para “desafios” do tipo e que também mantém uma política de remoção desses conteúdos o mais rápido possível.
O alerta que se estende ao Brasil
No Brasil, embora não haja uma estatística oficial consolidada, há diversos registros de situações envolvendo o “desafio do apagão” e outras brincadeiras igualmente perigosas, como o “baleia azul” ou o “desafio do sal e gelo”. Todas essas tendências seguem um mesmo roteiro: viralizam, atraem curiosidade e podem custar vidas.
Atenção redobrada de pais e responsáveis
Para prevenir tragédias como a de Sebastian, pais, mães e responsáveis precisam estar atentos:
– Conversar abertamente com crianças e adolescentes sobre o que consomem na internet.
– Perguntar com quem falam, que tipos de conteúdo buscam e o que despertou curiosidade.
– Orientar sobre os riscos, por mais “inocentes” que possam parecer.
– Acompanhar o uso de redes sociais e dispositivos.
Por responsabilidade, a Fórum não trará detalhes de como funciona o “desafio do apagão”. A matéria serve apenas como alerta para famílias, escolas e comunidades sobre o impacto dos desafios virtuais. É essencial que cada nova geração tenha informações claras para entender que, muitas vezes, a busca por curtidas e notoriedade pode custar o bem mais precioso: a vida.