A Build Your Dreams (BYD) apresentou uma tecnologia de recarga tão rápida quanto o abastecimento de um carro a gasolina, impulsionando suas ações a um recorde histórico nesta terça-feira (18). A nova 'Super e-Plataforma' permite recarregar 470 km de autonomia em apenas 5 minutos, um sistema de carregamento que supera a tecnologia da Tesla.
De acordo com Wang Chuanfu, fundador da BYD, a nova tecnologia tem como objetivo "resolver fundamentalmente a ansiedade dos usuários com a recarga".
"Tentamos fazer com que o tempo de recarga dos veículos elétricos seja tão curto quanto o tempo de abastecimento de combustível", destacou Chuanfu.
O anúncio, que incluiu o lançamento dos novos modelos Han-L e Tang L, impulsionou as ações da BYD em Hong Kong, que subiram mais de 6% e atingiram um valor histórico. Além disso, a empresa anunciou a construção de mais de 4.000 estações de carregamento na China, e reportou um crescimento de vendas de 161% em fevereiro.
Como funciona o sistema
Imagina carregar o carro elétrico tão rápido quanto abastecer um carro a gasolina. É exatamente isso que a BYD está fazendo com o novo sistema. Com um megawatt de potência e dois quilômetros de autonomia por segundo, é possível obter 400 quilômetros de autonomia em apenas cinco minutos.
Comparando as tecnologias de carregamento, a BYD se destaca com a promessa de maior velocidade em relação aos superchargers da Tesla e ao novo sedã elétrico da Mercedes. A BYD explica que a velocidade de carregamento superior de seus veículos é resultado de um 'sistema de terminal de carregamento ultrarrápido de megawatts totalmente resfriado a líquido'.
Para complementar essa tecnologia, a empresa desenvolveu um chip de potência automotivo de carboneto de silício de próxima geração, capaz de suportar tensões de até 1500V, um marco na indústria.
A tecnologia da bateria da BYD inclui canais de íons de ultra-alta velocidade, que diminuem a resistência interna em 50%, otimizando o fluxo de energia. Além disso, a empresa desenvolveu um motor de 30.000 RPM que, segundo o vice-presidente sênior da BYD, Luo Hongbin, aumenta a velocidade do veículo e melhora a densidade de potência, reduzindo peso e tamanho.
Enquanto BYD cresce, Tesla, de Musk, entra em crise
Enquanto a BYD registra um aumento impressionante de 161% nas vendas na China, impulsionada por sua nova tecnologia e planos de expansão de infraestrutura, a Tesla enfrenta dificuldades no mercado chinês, com uma queda de 49% nas vendas.
A crise também se estende pela Europa. Uma enquete feita pelo site alemão T-Online aponta que 94% dos seus leitores dizem que não comprariam novamente um veículo elétrico da Tesla, montadora do bilionário novamente. Somente 3% afirmaram que ainda considerariam um carro da empresa.
Embora não seja uma pesquisa com metodologia científica, a expressiva participação, um recorde de 100 mil pessoas, dá uma dimensão da impopularidade dos veículos da companhia na Alemanha. E não é o único dado.
A venda de veículos elétricos em território germânico aumentou 27% nos dois primeiros meses de 2025, mas a Tesla viu queda de 41%. Só em fevereiro, a redução dos números da montadora de Musk chegou a 76,3% em comparação com o mesmo mês de 2024. Nenhuma marca perdeu tanta participação de mercado alemão quanto a Tesla.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, a Tesla registrou quedas expressivas nas vendas em outros países da Europa, chegando a 50% em Portugal e 45% na França, segundo a Reuters, enquanto registraram redução de 42% na Suécia e 48% na Noruega.
Aliás, no país nórdico, o mercado automobilístico está experimentando forte crescimento, com as vendas gerais aumentando 46,3%, e os carros elétricos, 53,4% nos dois primeiros meses de 2025. A Tesla cai do primeiro para o terceiro lugar no país, sendo ultrapassada por Volkswagen e Toyota.
Segundo o professor da Universidade de Bergen, Thor Øivind Jensen, em entrevista ao T-Online aponta a postura da empresa no país como causa da queda. "A Tesla está na lista de ódio da Federação Norueguesa de Automóveis (NAF) e do Conselho do Consumidor". As queixas se relacionam ao serviço ruim prestado pela montadora, além de reações consideradas "muito arrogantes" às reclamações feitas pelos consumidores.