O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), anunciou que, em fevereiro, será lançada a SoberanIA, plataforma pioneira de inteligência artificial baseada exclusivamente em dados em português. O supercomputador necessário para viabilizar a tecnologia já está instalado no datacenter do governo do estado.
Com um funcionamento semelhante ao do ChatGPT, a ferramenta será gerida pelo Estado do Piauí, garantindo autonomia em relação às big techs. Sua estrutura de IA também poderá ser disponibilizada comercialmente para administrações estaduais, municipais e órgãos públicos que desejarem utilizá-la.
O projeto está sendo desenvolvido por técnicos estaduais em colaboração com startups e pesquisadores do Brasil. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Fonteles destacou algumas inovações da plataforma. “É uma inteligência artificial soberana porque conta com pesquisadores brasileiros de várias instituições renomadas do Brasil, inclusive aqui do Piauí, com os dados brasileiros. É o maior dataset em português, com licença comercial, com mais de 100 bilhões de palavras só no início, só na primeira fase”.
Ellen Gera, presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Piauí (Etipi), destacou que a SoberanIA contribuirá diretamente para a qualificação do serviço público. “A IA será treinada com dataset todo em língua portuguesa. A partir do que a gente for treinar com os dados públicos, nós vamos especializando com informações que são próprias do governo, aproveitando para melhorar o serviço público por meio de inteligência”, afirmou.
Segundo André Macedo, secretário de Estado da Inteligência Artificial, Economia Digital, Ciência, Tecnologia e Inovação, a plataforma permitirá a implementação de um “governo conversacional”, no qual o cidadão terá a possibilidade de interagir com um chat pré-programado para esclarecer dúvidas.
“Após o treinamento da IA, os algoritmos ensinados para a máquina ficarão sob a guarda do Piauí. Será, portanto, uma IA soberana, com dados e qualidade sob responsabilidade do governo. O propósito é apoiar as tomadas de decisão das políticas públicas”, explicou Macêdo.
Estado investe em tecnologia: modelo inédito foi desenvolvido no Piauí para reduzir roubo de celulares
Em um esforço para combater a crescente criminalidade relacionada a aparelhos celulares, o governo Lula decidiu no ano passado implementar em todo o território nacional uma iniciativa pioneira desenvolvida pelo governo do Piauí. A medida, que já demonstrou resultados expressivos no estado, foi oficializada em agosto, em cerimônia realizada na capital federal.
O Piauí antecipou o governo federal ao lançar, em 2020, o "Protege Celular", que evoluiu para o CellGuard, um sistema de rastreamento de celulares via IMEI. Enquanto o "Celular Seguro" bloqueia completamente o aparelho em caso de roubo, o "Protege Celular" permite que o usuário mantenha o dispositivo, caso ele seja cadastrado na plataforma.
A principal diferença entre as plataformas é que o "Celular Seguro" inutiliza o celular roubado, enquanto o "Protege Celular" busca localizá-lo. O aplicativo Celular Seguro agora terá a opção de "recuperação" para ser acionada após o crime. Ao inserir um chip em um celular roubado com IMEI registrado, o novo usuário será imediatamente notificado pela operadora. A notificação será seguida de intimação para que o aparelho seja devolvido à delegacia. Quem descumprir a ordem estará sujeito à acusação por crime de receptação.
Em um ano, o governo do Piauí, liderado por Fonteles, promoveu uma verdadeira guerra contra os roubos de celulares. A polícia conseguiu fechar 80 lojas de produtos eletrônicos ilegais, prender mais de 30 receptadores e recuperar 6 mil aparelhos, reduzindo pela metade a incidência desse tipo de crime no estado. Houve uma redução de 38% no número de ocorrências de roubos de celulares em relação ao primeiro semestre de 2023 no estado.
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