O aumento do nível do mar é um problema para boa parte dos países e cidades insulares do mundo, inclusive no Brasil. O risco de desaparecer com a subida das águas é um problema no horizonte de milhões de pessoas e diversos cientistas ao redor do planeta tem estudado formas de combater essa consequência trágica do aquecimento global.
As Maldivas, paraíso turístico no Oceano Índico, enfrentam esse risco. Com mais de 80% de sua área terrestre a menos de um metro acima do nível do mar, o país é particularmente vulnerável a inundações, que colocam em risco sua população, economia e ecossistemas únicos.
Em resposta a essa crise, uma equipe de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) iniciou um projeto inovador com o objetivo de aproveitar forças naturais para combater esses desafios: usar a força da água do mar para tentar criar uma mudança de panorama.
O projeto do MIT liderado por Skylar Tibbits busca explorar um método mais sustentável de preservação das ilhas. Os pesquisadores estão experimentando técnicas que utilizam o movimento natural da areia para construir e manter estruturas costeiras.
Essa abordagem é fundamentada nos princípios de auto-organização e auto-montagem, que podem permitir a adaptação dinâmica das ilhas ao problema.
A colaboração com a Invena, uma organização maldiva, gerou resultados promissores. Experimentos iniciais demonstraram que a acumulação localizada de areia pode ser alcançada por meio do redirecionamento estratégica da energia das ondas naturais.
Em apenas quatro meses, o projeto registrou aproximadamente 45 centímetros de deposição de areia em áreas específicas, mostrando o potencial de usar forças naturais para combater a erosão e aumentar a resiliência costeira.
Ou seja: os cientistas "guiam" o caminho das ondas para combater a erosão e melhorar a resistência contra a subida do nível das águas.
Caso o projeto seja bem-sucedido, o modelo do MIT pode ser replicado para diferentes paises com problemas parecidos. Ao aproveitar processos naturais, o projeto visa criar um método mais sustentável e econômico de proteger áreas costeiras, que pode ser escalado e adaptado a vários contextos ao redor do mundo.
O projeto ainda valoriza o engajamento das populações locais no planejamento e na implementação desses projetos garante que as soluções sejam culturalmente apropriadas e atendam efetivamente às necessidades específicas da comunidade.
O governo maldivo reconheceu a importância de integrar o conhecimento e as práticas locais nas estratégias de adaptação climática, enfatizando uma abordagem colaborativa para a gestão ambiental.