TECNOLOGIA DE GUERRA

O mortal míssil brasileiro que está deixando a França de cabelos em pé

Contrato para conclusão da poderosa arma de guerra da Marinha do Brasil ameaça hegemonia dos franceses, donos dos “célebres” Exocets

Fragata Liberal, da Marinha do Brasil, no 5° teste com o Mansup.Créditos: Marinha do Brasil/Reprodução
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De LISBOA | Nesta terça-feira (3), em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, a Marinha do Brasil assinou um acordo para a finalização de um projeto de indústria bélica que pode mudar muita coisa no tabuleiro do lucrativo negócio das guerras no mundo. E quem está particularmente de cabelos em pé são os franceses.

Numa parceria com o Grupo Edge, a Marinha do Brasil, assim como empresas de tecnologia do setor que fornecem armamento à corporação, como a Avibras e a SIATT (que hoje é 50% dos emiradenses), deu o pontapé na última fase (produção) de seu ambicioso e poderoso Mansup, um míssil antinavio, apresentado nas versões com capacidade de alcance de 70 km e 200km, que promete revolucionar totalmente o segmento.

O ponto de partida para o Mansup foi em 2011. Agora, o grupo árabe concluirá o míssil que promete desbancar o célebre e consagrado Exocet francês, fabricado e atualizado pela MBDA em várias versões desde 1974. O Mansup já foi testado com sucesso cinco vezes em sua versão de 70km e será entre 20% e 30% mais barato que o Exocet.

No caso do Exocet, seu uso é consagrado em diversos conflitos. Na Guerra das Malvinas (1982), o míssil francês, usado pela Armada da Argentina, afundou dois poderosos navios militares do Reino Unido. Já na Guerra Irã-Iraque (1980-1988), as tropas de Saddam Hussein impuseram grandes prejuízos a embarcações e plataformas petrolíferas dos aiatolás usando o equipamento.

O Mansup, que já deve estar pronto para integrar o arsenal brasileiro em meados de 2025, vem em boa hora. Na mesma época será inaugurado o mais moderno navio de guerra da Marinha do Brasil, a nova Fragata Classe Tamandaré, em construção num estaleiro de Itajaí, em Santa Catarina, que será equipada com os poderosos mísseis.

Pelo acordo, a Marinha e a SIATT receberão algo em torno de 4% a 5% de royalties por cada unidade do Mansup vendida no mundo pelo Grupo Edge, que já tem um contrato bilionário para modernização da Marinha de Angola, por exemplo. Outros países também já manifestaram interesse no equipamento bélico naval, como Peru, Chile, Equador, Egito, Indonésia, Malásia e Filipinas.