Nesta quinta (4), o presidente Lula lançou a pedra fundamental do projeto Orion, que integrará o maior complexo de pesquisa científica da América Latina, o Sírius, em Campinas (SP).
No governo anterior, os investimentos na expansão do Sírius estavam parados devido ao contingenciamento de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, lembrou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
"Nós estamos tentando fazer uma recuperação do tempo que nós perdemos ao longo de tantos e tantos anos", disse Lula. "Este país não pode retroceder, este pais tem que se transformar em um grande país, numa economia forte, de um povo informado e bem preparado, e isso depende de gente inteligente como vocês", finalizou Lula, dirigindo-se à plateia, composta por pesquisadores, alunos, professores e técnicos do complexo Sírius.
O que é o "projeto Orion"?
O Orion será um laboratório avançado em patógenos com instalações de alta contenção biológica (NB4), inéditas na América Latina, abrigando técnicas analíticas e bioimagens avançadas.
Ao possibilitar o avanço do conhecimento sobre patógenos e doenças, o Orion subsidiará ações de vigilância e políticas de saúde, além do desenvolvimento de vacinas e tratamentos.
Segundo o ministério da Casa Civil, o projeto do Orion não tem paridade na América Latina e no mundo, sendo um centro de pesquisa de ponta.
O que é o Complexo Sirius?
O Complexo Sirius, em funcionamento desde o final dos anos 1980, permite centenas de pesquisas anuais, contribuindo para novos medicamentos, tratamentos, fertilizantes, e tecnologias para agricultura. Além disso, neste complexo há o primeiro acelerador de partículas da América Latina, o UVX.
Originalmente projetado para desenvolver a tecnologia do UVX, a primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, o Sírius é um laboratório multiusuário aberto à comunidade científica.
Agora, ele vai ser integrado com o laboratório Orion, ampliando suas capacidades de pesquisa e inovação, com impactos econômicos e sociais significativos para o Brasil.
Investimentos
A iniciativa faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB) e conta com investimentos do BNDES. Presente à cerimônia, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que neste ano o banco tem à disposição R$ 7,5 bilhões reservados apenas projetos de inovação, com juros de 2% ao ano
O governo federal injetou via Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico R$ 1 bilhão na construção do Orion, que teve sua pedra fundamental lançada hoje e mais R$ 800 milhões para expansão e melhorias no Sirius.