O Google iniciou os primeiros bloqueios de uso de cookies de terceiros no navegador Chrome, nesta quinta-feira (4). Aplicada em somente 1% dos usuários do Chrome na primeira etapa, a interrupção deve atingir todos os usuários a partir do 3º trimestre de 2024, conforme planejamento da empresa.
Conhecidos como cookies de personalização, os cookies de terceiros são dados arquivados para melhorar a experiência do usuário com anúncios. Eles são associados a programas – geralmente, de anúncios – diferentes das páginas navegadas pelo usuário, por isso o nome.
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Os cookies de terceiros permitem que anunciantes e empresas de análise de dados sigam o histórico de navegação dos usuários pela internet em quaisquer sites que contenham publicidade. Contudo, devido às leis de proteção de dados individuais, a permissão de uso de cookies de terceiros passou a ser opcional em uma série de países.
O bloqueio, desenvolvido desde 2020, foi feito pensando em uma alternativa "mais focada em privacidade" dos usuários, segundo o Google. Outros navegadores já bloqueiam os cookies de terceiros pelo mesmo motivo, como o Firefox e o Safari, da Mozilla e Apple, respectivamente.
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O Google afirma que a proteção antirrastreamento faz parte da iniciativa "Privacy Sandbox", que tem o objetivo de "desligar gradualmente os cookies de terceiros para todas as pessoas a partir do segundo semestre de 2024".
Com o bloqueio, a empresa deve repassar informações dos usuários aos anunciantes de forma anônima. Os anunciantes, então, poderão utilizar a ferramenta Topics, que filtra os interesses dos usuários por meio de uma análise dos sites visitados pelo consumidor em um período selecionado. Atualmente, este intervalo é de uma semana.
Os anúncios serão selecionados a partir dos cinco principais temas do usuário no período, de modo aleatório. Segundo a empresa, a seleção de assuntos "é diferente da publicidade contextual, que tem como objetivo corresponder anúncios ao conteúdo da página que o usuário está visitando".
O Google informou que avisará os usuários sobre a interrupção dos cookies de terceiros: "Você receberá um aviso quando abrir o Google Chrome num computador ou num celular Android. Quando navegar pela internet, os cookies de terceiros serão restritos por padrão, limitando a capacidade de rastrear suas atividades em diferentes sites".
Diante da possibilidade de instabilidades, o Chrome oferecerá ao usuário a opção de reativar temporariamente os cookies de terceiros no site aberto no navegador. Para a reativação, basta:
- Clicar no ícone de olho, localizado no canto superior direito da tela, ao lado da barra de endereços; e
- Ativar a permissão de cookies de terceiros.
O que são os cookies?
Os cookies são arquivos usados por servidores com o objetivo de armazenar informações de navegação do usuário, como memorizar o dispositivo, preferências de navegação e atividade online.
Ao acessar um site, o usuário pode se deparar com uma aba com categorias específicas de cookies, que têm o objetivo de melhorar a experiência dos usuários:
- Cookies persistentes: permitem que os sites armazenem informações de nome de usuário e senha dos usuários, além de preferências, como notícias de esporte ou política. Os dados podem ficar salvos por um longo período de tempo.
- Cookies de terceiros: buscam dados sobre a atividade online para enviar aos proprietários de sites que buscam melhorar a precisão e alcance dos anúncios. Preferências de idioma também fazem parte dos cookies de terceiros.
- Cookies de sessão: sugerem itens que o consumidor pode gostar conforme visualizações prévias e permitem manter itens em um carrinho de compras mesmo ao clicar em uma página diferente, porém são eliminados imediatamente após fechar o navegador. Eles também monitoram quantas vezes o usuário visitou uma página ou quanto tempo ele passou nela.
- Cookies essenciais: são necessários para que o site funcione e mantenha os serviços que a página oferece, como lembrar as informações de login ou cartão de crédito, por exemplo. Essas opções, no entanto, são opcionais.
Segurança
Em acordo com a Justiça dos Estados Unidos, em dezembro de 2023, o Google admitiu que rastreia usuários no modo anônimo de navegação. Em agosto, um porta-voz da empresa revelou que os sites coletavam informações, mesmo sem a permissão de acesso ao histórico de pesquisa do usuário, aos cookies e dados dos sites acessados.
O processo teve início em 2020, quando o Google foi acusado de violar as leis federais e leis estaduais de privacidade da Califórnia, estado dos EUA. Conforme a ação judicial, os usuários apresentaram e-mails internos de executivos da empresa nos quais haviam provas de que dados anônimos eram vendidos para empresas anunciantes.