NARRATIVAS

DataFórum: extrema direita retoma engajamento no Twitter com gordofobia e fake news sobre governo Lula

Na comunidade progressista o principal assuntou foi a volta do imposto federal sobre os combustíveis

DataFórum: extrema direita retoma engajamento no Twitter com gordofobia e fake news sobre governo Lula.Créditos: Agência Brasil
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Levantamento DataFórum desta quinta-feira (2) mostra que, passado o momento de furor com a eleição e posse do presidente Lula, a extrema direita, sem o suporte do Palácio do Planalto, se reorganizou e retomou a dianteira na disputa de narrativa no Twitter.  

Além dos personagens já conhecidos como Carla Zambelli, Kim Paim e Carlos Jordy, a comunidade da extrema direita ganhou novos atores. Destaque para o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), como revelado no DataFórum desta quarta-feira (1). 

Formou-se um grupo contextual de oposição ao Lula, que juntou, por padrão de compartilhamento, discurso gordofóbico, fake news, MBL e parte da extrema esquerda.

Os assuntos que mais deram engajamento aos perfis da extrema direita são ataques gordofóbicos contra o ministro da Justiça Flávio Dino e toda sorte de fake news contra o governo Lula. 

Ainda assim, houve espaço para a comunidade progressista trabalhar a volta do tributo federal sobre os combustíveis.  

A extrema direita obteve 50% das menções no Twitter. Os progressistas, somados a comunidade pop, obtiveram 35% das citações. 

Foram analisados 273.111 a partir das tags lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_. 

 


Extrema direita 


O discurso de ódio gerou engajamento na extrema direita, com destaque para a gordofobia utilizando a imagem do Flávio Dino, para atacar a fala do Lula de que tem gente que tem demais para comer, enquanto outros têm de menos.

 Um dos temas centrais foi a CPMI para os bolsonaristas investigarem como o governo Lula é culpado pela invasão bolsonarista às sedes dos três poderes. 

O Ministro das Comunicações continua sendo alvejado por seus antigos aliados bolsonaristas, desta vez por conta do seu pai, e Bolsonaro divulgou um documentário que atribui a si a transposição do São Francisco.  

 


Progressistas     
     

As indicações do centrão para a Petrobras causou indignação na comunidade, assim como a reclamação dos bolsonaristas sobre o preço dos combustíveis, já que eles não reclamam durante o governo Bolsonaro. 

Repercutiu de maneira positiva a proibição dos testes de cosméticos em animais, bem como a reunião das mulheres do primeiro escalão do governo federal, para organizar o dia 08 de março. 

Ainda continua repercutindo a questão do trabalho escravo em vinícolas no RS. 

 


Cultura pop 

 

Este grupo fez referências positivas ao Lula no contexto da cultura pop, com ênfase no BBB, enquanto Bolsonaro é retratado como figura tóxica no mesmo cenário. 

O MBL foi alvo de chacotas, por conta de suas críticas ácidas contra Felipe Neto e Manuela d'Ávila.  

Influenciadores defenderam seus motivos por terem “feito o L”, manifestando orgulho das políticas públicas que estão sendo anunciadas pelo Governo Lula.

 

 

Oposição radical 

 

Esta comunidade foi marcada pela diversidade de grupos, todos fazendo oposição ao governo Lula em algum aspecto. O grupo uniu libertários, liberais, extrema esquerda, discurso de ódio, fake news e indignados com a indicação de esposas de ministros para cargos vitalícios. 

A principal fake news do grupo é sobre a taxação de videogames, mas também houve destaque para a gordofobia, se contrapondo à fala de Lula, de que tem pessoas que têm comida em excesso enquanto outras passam fome.

O PCO atacou Sonia Guajajara com uma teoria da conspiração de que ela serviria aos interesses imperialistas.