Nesta quinta-feira (26) o WhatsApp liberou novos recursos e funções que podem facilitar ainda mais a difusão de fake news. O aplicativo de mensagens instantâneas agora vai permitir o envio de mensagens simultâneas para até 5 mil contatos. O novo recurso se chama ‘Comunidades’ e foi lançado em novembro passado em todo o mundo. No Brasil o atraso se deveu por conta das eleições, justamente pelo temor de que a ampliação do aplicativo facilitasse a divulgação de notícias falsas.
O novo recurso busca organizar diferentes grupos de conversas em estruturas maiores e mais amplas. O principal objetivo do Comunidades é reunir diferentes grupos que apresentem o mesmo interesse. Podem ser relacionados a escolas, clubes sociais, condomínios, empresas, organizações sem fins lucrativos, entre outros. Nessas novas estruturas os administradores podem enviar mensagens para toda a Comunidade, atingindo milhares de pessoas vinculadas de alguma maneira à mesma temática.
Além disso, as mudanças no aplicativo também permitem que os grupos contem com até 1024 integrantes, contra 256 do limite anterior. Dentro dos grupos será possível fazer videochamadas e enquetes em maior proporção – no caso das vídeochamadas, são para até 32 participantes. Na prática, um usuário que estiver participando de uma comunidade não precisa estar em todos os grupos incluídos, mas tem certa liberdade para transitar entre os diferentes grupos.
A mudança vem para competir com dois concorrentes, Discord e Telegram, que já permitem grupos com milhares de participantes. De acordo com o WhatsApp, as novas ferramentas permitem que seus administradores consigam gerenciar as ‘Comunidades’ e os grupos separadamente. Na administração da comunidade será possível adicionar e excluir grupos, assim como conteúdos postados.
O problema é que, na prática, o poder dado ao 'usuário administrador' é enorme. Caberá a ele, ou ela, decidir o que é verdade ou mentira, e o que deve ou não deve ser repassado à toda a comunidade. Não há previsão de qualquer norma que regule a difusão em massa de conteúdos, agora com essa injeção tecnológica de alcance, de forma comum a todos os grupos e comunidades. Em outras palavras, a tecnologia que prevê facilitar ainda mais a comunicação em massa, não dá quaisquer garantias de que essa comunicação seja feita dentro de parâmetros éticos mínimos.