Pesquisa DataFórum desta sexta-feira (15) revela que o bolsonarismo retomou a dianteira em citações no Twitter ao retomar o debate sobre valores morais, principalmente aqueles que versam sobre sexualidades, drogas ilícitas e aborto.
A estratégia do campo bolsonarista ao retomar o discurso sobre valores morais é retirar o presidente Bolsonaro das pautas negativas, tais como violência política, fome e desemprego. A estratégia se mostrou acertada e a extrema direita obteve 44% das menções no Twitter.
Por sua vez, o lulismo centrou o seu discurso em associar Bolsonaro à pauta negativa, principalmente pelo de fato de que, historicamente o presidente, quando deputado federal, sempre foi um personagem contrário aos programas sociais dos governos do PT, ações políticas semelhantes ao Auxílio Brasil, que agora o entorno do presidente defende.
Teve forte repercussão a campanha mobilizada pelas comunidades lulista "JAIR ODEIA POBRE", onde foram resgatados vídeos, notícias e declarações de Bolsonaro contra os programas de transferência de renda. O campo lulista ficou com 39% das citações no Twitter.
Neste levantamento, um fato curioso: a esquerda radical, com o seu discurso contrário à chapa Lula/Alckmin, formou comunidade com o cirismo e lavajatismo pelo padrão de compartilhamento no Twitter.
Foram analisados 513.056 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: 'Lula', 'Bolsonaro', 'Ciro', 'Moro', 'Alckmin', 'Eduardo Leite' e 'Simone Tebet'.
Bolsonaristas apostam em pautas morais para desviar debate econômico
Bolsonaro e apoiadores tentam passar imagem de simplicidade do Presidente por ficar hospedado no Batalhão de Infantaria da Selva e anunciou live para tentar arrastar o debate para pautas morais, como drogas e aborto, para se desvencilhar da pauta negativa sobre a violência política.
Continuou repercutindo a passagem do Bolsonaro pelo Maranhão. A comunidade voltou a adotar o tom agressivo, requentando a narrativa que o PCC tem relações com o Lula, citando a apoiadora Deolene.
Lulistas resgatam declarações de Bolsonaro contra programas sociais
O campo lulista disseminou a campanha “JAIR ODEIA POBRE” com notícias, vídeos e declarações de Bolsonaro nos quais ele se posiciona contra os auxílios financeiros para os mais pobres. Teve destaque o lançamento de um livro da Juliana Dal Piva “O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro”.
Foi comentado o sigilo de 100 anos em uma investigação sobre Flávio Bolsonaro e a prescrição de uma dívida de 42,2 milhões de um empresário apoiador do Presidente.
Esquerda radical adota discurso semelhate ao dos ciristas e lavajatistas
Neste agrupamento tivemos, por perfil de interações, ciristas, lavajatistas e componentes da esquerda mais radical. Um dos destaques, do ambientalista André Aroeira, critica Lula por alianças com candidatos anti-ambientalistas, como é o caso de Neri Geller, no MT.
Destaque ainda para o youtuber Jones Manoel, que cita Alckmin como um novo Temer depois de eleito. Ciro Gomes criticou Bolsonaro por não respeitar os valores cristãos.
Progressistas colocam em dúvida lealdade de Alckmin a Lula
A comunidade progressista teve destaques negativos a Bolsonaro e/ou positivos ao Lula, mas chama a atenção que o principal destaque da comunidade é irônico em relação ao Alckmin, com crítica à esquerda.
A postagem faz referência ao filme Democracia em Vertigem que retratou o golpe de estado de 2016. Argumenta que uma imagem de Alckmin e Lula seria a capa da segunda fase do documentário, numa referência à possibilidade de traição por parte do vice da chapa de Lula.
Além de outras postagens em destaque, tivemos a afirmação de que o clipe de teste de Bolsonaro será baseado na facada que teria sofrido na campanha de 2018.