Levantamento DataFórum desta segunda-feira (24) mostra que o ataque terrorista de Roberto Jefferson, aliado e amigo do presidente, causou um terremoto na direção da campanha de Bolsonaro e dividiu a militância de apoio ao mandatário.
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Após Roberto Jefferson ter atirado com armas de fogo e arremessado granadas contra os agentes da Polícia Federal, Bolsonaro fez um primeiro pronunciamento, onde relevou a atitude do aliado e, novamente, atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o acusou de atitudes ilegais.
Além disso, Bolsonaro revelou ter determinado que o ministro da Justiça Anderson Torres fosse à casa de Roberto Jefferson para intermediar a situação. A partir daí, o mandatário passou a ser duramente criticado por sua postura de defesa de criminosos.
Internautas apontaram hipocrisia e questões de classe na primeira declaração de Bolsonaro, pois, afirmaram que, se fosse uma pessoa negra e moradora de favela, não teria a presença do ministro da Justiça e, ao término da operação, estaria morta.
Por sua vez, o ex-presidente Lula (PT), durante coletiva de imprensa na manhã de domingo, não tergiversou e afirmou que o ataque terrorista praticado por Jefferson era uma produção do ódio armamentista fomentado por Bolsonaro. Ao contrário de seu adversário, o petista logo prestou solidariedade aos policiais e desejou pronta recuperação.
Bolsonaro bem que tentou se desvencilhar da imagem de Roberto Jefferson e chegou a declarar que não "possuía nem fotos" com ex-deputado, o que foi desmentido logo em seguida com a viralização de várias fotos onde o presidente aparece sorridente ao lado de Jefferson.
Após Roberto Jefferson ser rendido pela Polícia Federal, Bolsonaro correu para publicar um vídeo protocolar em suas redes sociais. Na publicação, o presidente classifico o até então amigo como "bandido". O fato de o mandatário ter rifado o aliado gerou divisão entre os seus apoiadores. Muitos deles o criticaram nas redes e afirmaram que "era melhor não ter se pronunciado".
Além de todo estrago causado por Roberto Jefferson, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, compartilhou uma foto adulterada do streamer Casimiro Miguel dando a entender que ele apoia Bolsonaro. O tweet de Casimiro respondendo Flávio viralizou e tem mais de 800 mil likes.
A comunidade pró-Lula teve 57% das menções no Twitter. Já a comunidade de apoio a Bolsonaro obteve 34% das citações, também no Twitter.
Foram analisados 2.824.064 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, cirogomes, @cirogomes, lula, bolsonaro, ciro, @simonetebetbr, simonetebetbr, "simone tebet", @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_, PDT_Nacional, @PDT_Nacional, MDB_Nacional, @MDB_Nacional.
Lulistas repercutem atentado terrorista de Roberto Jefferson
Lulistas se empenharam na divulgação e análise do atentado perpetrado pelo bolsonarista Roberto Jefferson contra quadros da Polícia Federal. Foi exaustivamente exposta a ligação entre Jefferson e Bolsonaro e comparada a atitude de Lula ao ser preso pela mesma PF, quando não resistiu à prisão, mesmo sabendo-se inocente.
Também foi destaque da comunidade a montagem feita com foto do influenciador Casimiro Miguel e publicada por Flávio Bolsonaro, com o número 22. Casimiro, que já declarou apoio a Lula no segundo turno, teve foto alterada para passar a ideia de que apoiaria Bolsonaro. A imagem adulterada foi postada pelo filho do atual mandatário.
Bolsonarista se revoltam com presidente por ter rifado Roberto Jefferson
A comunidade pró-Bolsonaro ficou um tanto confusa com o caso do atentado promovido por Roberto Jefferson. O tom geral é de crítica, inclusive com destaque para vídeo em que Bolsonaro chamou Jefferson de bandido.
Mas em outros destaques, apesar de condenar a atitude do ex-deputado, se demonstra que há apoio, ainda que velado, ao aliado do bolsonarismo. Além do tema, tivemos distorções lógicas para fazer passar a imagem que Bolsonaro seria um mal menor do que Lula para o país.
Cultura de Rede e Futebol
A comunidade formada por perfis pouco engajados cotidianamente nas pautas políticas tem tom anti-Bolsonaro e, por vezes, de apoio a Lula. Foi destacado na comunidade críticas ácidas e por vezes sarcásticas ao atual mandatário. Um dos destaques afirmou que o influenciador Casimiro vai ganhar judicialmente com facilidade de Flávio Bolsonaro por postagem de uma montagem com sua imagem.
Na montagem, faz-se entender que Casimiro estaria apoiando Bolsonaro quando, na verdade, ele já havia declarado voto em Lula. Como principal destaque uma pergunta de como bloquear propaganda bolsonarista em canais do YouTube.
Esse agrupamento teve apenas 3% das menções no Twitter.