ELEIÇÕES 2022

DataFórum: para internautas, Bolsonaro e apoiadores "profanaram Santuário de Aparecida"

Perfis da extrema direita despejaram ódio de classe nas redes ao classificar a favela Complexo do Alemão como "lugar de bandidos"

DataFórum: para internautas, Bolsonaro e apoiadores "profanaram Santuário de Aparecida".Créditos: Reprodução/ redes sociais
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Levantamento DataFórum desta sexta-feira (14) mostra que a ida de Bolsonaro e a arruaça promovida por seus apoiadores no dia da celebração da Santa que dá nome ao município paulista gerou alta rejeição. 

Entre os perfis que criticaram as cenas dantescas promovidas por bolsonarista em Aparecida, o presidente e seus apoiadores "profanaram o Santuário de Nossa Senhora Aparecida". 

A passagem do ex-presidente Lula (PT) pela favela Complexo do Alemão despertou o ódio de classe entre os perfis e lideranças da extrema direita. O discurso adotado, é que no Alemão "só vivem bandidos" e que o petista foi "no QG do Comando Vermelho", facção criminosa. 

Outro assunto que foi alvo de ação de bolsonarista foi o fato de o presidente Lula ter usado um boné com a abreviação "CPX". Criou-se a fake news de que tal sigla tivesse relação com o crime, quando na verdade é a abreviação para "Complexo". 

A comunidade pró-Lula, somada a Cultura de Rede, 60% das menções no Twitter. Por sua vez, a comunidade pró-Bolsonaro teve 36% das citações. 

Foram analisados 1.987.602 tweets a partir das seguintes autoridades pesquisadas: lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_

 


Bolsonaro profanou Santuário de Nossa Senhora Aparecida 

 

Dois temas preponderam na comunidade pró-Lula: a profanação do Santuário de Nossa Senhora Aparecida por bolsonaristas e a tentativa de ligação de Lula ao tráfico de drogas por parte dos mesmos personagens. 

Quanto à questão do Santuário, os destaques argumentam que houve profundo desrespeito com a fé católica e com os fiéis presentes na festa da Padroeira do Brasil. Ressaltaram também o fundo classista e racista de ligar a sigla CPX, que significa Complexo, ao tráfico, criminalizando as comunidades do Rio de Janeiro e seu moradores.   

 


Bolsonaristas espalham fake news de que judiciário é aliado do PT 

 

O bolsonarismo se concentrou em associar o Judiciário e o PT à tentativa do que chamam de censura a meios de informação/comunicação, a destacar supostos feitos do governo Bolsonaro na economia e a ligar Lula ao crime organizado. 

As recentes decisões do TSE/STF de coibir práticas desinformativas foram alardeadas como censura por parte dos destaques deste agrupamento. Lula foi associado ao crime por ter visitado as comunidades do Complexo do Alemão. Alegaram, neste sentido, que ele não poderia visitar as comunidades sem anuência do tráfico de drogas. Por outro lado, o governo de Bolsonaro foi louvado por supostos feitos na esfera econômica. 

 

 


Cultura de Rede destaca passagem de Lula pelo Complexo do Alemão 

 

Em tom muitas vezes bem-humorado, os destaques desta comunidade foram evidentemente pró-Lula, reforçando imagens semióticas de que o candidato do PT é melhor para o País. 

Um dos destaques aponta a passagem de Lula no CPX do Alemão como uma vitória e destaca vídeo onde moradores mostram suas camisas das universidades federais que frequentaram, aludindo a uma das principais conquistas dos governos do PT no setor de educação. 

 

 

Neutros e nulos 

 

Este agrupamento reuniu os perfis que fazem oposição dupla neste segundo turno e remanescentes do cirismo com a mesma intenção.

A falsa simetria entre bolsonaristas e petistas dá o tom entre os destaques, onde também são criticados nominalmente figuras proeminentes do bolsonarismo e do lulismo. O suposto uso de desinformação simétrica entre os dois lados da disputa no segundo turno é criticado por alguns dos destaques.