Foi negado na tarde desta quinta-feira (25) o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do policial penal Jorge Guaranho à Justiça do Paraná. O réu então aguardará preso as investigações e o julgamento pelo assassinato a tiros do guarda municipal de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, durante sua festa de aniversário no último dia 9 de julho.
Um laudo médico contratado pela defesa do assassino fundamentou o pedido uma vez que o Complexo Médico Penal de Pinhais, próximo a Curitiba, não teria estrutura para proporcionar a recuperação física do réu. Mas a alegação caiu por terra após a apresentação de relatórios da Secretaria de Segurança Pública paranaense e da própria prisão. Guaranho está preso aí desde 13 de agosto, quando sua prisão domiciliar foi revogada.
Relembre o caso
No dia 9 de julho, Marcelo Arruda foi assassinado por Jorge Guaranho aos gritos de “aqui é Bolsonaro”. O agente penal bolsonarista foi avisado que uma festa de aniversário com temática petista estava sendo realizada na região e para lá se dirigiu a fim de cobrar satisfações dos organizadores.
Ao chegar no local, trocou algumas ofensas com os presentes e prometeu voltar armado. Arruda, o aniversariante e anfitrião, que era guarda municipal, levou a ameaça a sério e também se armou. Cerca de 15 minutos se passaram e Guaranho voltou ao local, disparando contra Arruda, que acabou assassinado. No entanto, antes de morrer, a vítima conseguiu revidar e feriu o autor do crime com quatro tiros, impedindo uma tragédia maior.
O agente penal sobreviveu e estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Foz do Iguaçu, quando teve a prisão preventiva decretada. Ele é réu por homicídio duplamente qualificado com motivo fútil e espera na prisão pela conclusão das investigações e o desenrolar do processo e do julgamento.
O réu teve alta médica do hospital no último dia 10 de agosto e foi para casa, em regime de prisão domiciliar. Os advogados da vítima alegaram que haveria perigo de Guaranho fugir para o Paraguai – lembrando que a cidade de Foz do Iguaçu está exatamente na fronteira. A família de Arruda marcou, naquele momento, uma manifestação pedindo mais rigor com o assassino no domingo seguinte (14), Dia dos Pais. “Guaranho poderá passar o Dia dos Pais com o seu filho. E eu?”, questionou Leonardo Arruda, filho da vítima.
A pressão funcionou e em 12 de agosto Guaranho teve a prisão domiciliar revogada, fazendo-o voltar para o sistema penitenciário no dia seguinte. Seu novo pedido de ir para casa foi negado hoje pela Justiça. Além da argumentação em torno da suposta incapacidade da prisão médica em atender Guaranho, seus advogados também argumentaram que o réu não atrapalharia a produção de provas e nem representaria riscos à sociedade. A Justiça não reconheceu os argumentos. Após o pedido, o desembargador Xisto Pereira teria citado risco de conflitos durante as eleições caso Guaranho estiver solto.